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Greve histórica ameaça liga de LoL dos EUA; veja tudo que se sabe

Por Globo Esporte

Estúdio da LCS, a liga norte-americana de League of Legends — Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games

Uma greve promovida por jogadores profissionais de League of Legends ameaça o início da LCS, a principal liga de LoL na América do Norte, uma das regiões mais valorizadas do cenário competitivo internacional. Confira nesta reportagem tudo o que se sabe sobre a paralisação, anunciada nesta semana e que já é considerada histórica por ser inédita nos esportes eletrônicos.

Entenda a greve na LCS

A LCS é uma das mais antigas e importantes ligas de LoL do mundo, disputada nos Estados Unidos mas que, por conta da infraestrutura dos clubes norte-americanos e dos altos salários, atrai jogadores de outros países. Atualmente, a LCS é uma liga em sistema de franquia, assim como a NBA no basquete.

Em meio a uma crise sem precedentes no cenário competitivo da América do Norte, a LCS Players Association (LCSPA), a Associação de Jogadores da LCS, anunciou uma greve de atletas, dias antes da LCS Summer 2023, a segunda edição da liga nesta temporada, marcada para começar nesta quinta-feira, 1º de junho.

Qual é o motivo da greve?

A greve é uma reação dos jogadores à decisão da Riot Games de desobrigar os clubes integrantes da franquia da LCS de terem equipe secundária para a disputa da North American Challengers League (NACL), a competição de base.

De acordo com a empresa, que é a desenvolvedora do LoL e promove os campeonatos oficiais, a decisão aconteceu por conta da solicitação das equipes da LCS, com a alegação de que seria um “esforço para desbloquear mais flexibilidade operacional e financeira”.

Segundo a imprensa internacional, pelo menos sete organizações, das dez participantes da liga, não contarão mais com elencos de base. Somente FlyQuest, Team Liquid e Evil Geniuses continuariam tendo times na NACL.

Por que a LCSPA é contra a decisão da Riot Games?

Em comunicado em 12 de maio, a LCSPA informou que cerca de 70 jogadores, treinadores e managers perderão o emprego com a decisão da Riot Games e sustentou que, atualmente, em torno de 50% dos atletas em atividade na LCS saíram da competição de base. Por isso, a entidade entende que proteger a NACL hoje é assegurar o futuro da LCS.

A LCSPA ainda sustentou que o custo médio dos salários de uma equipe de base representa 17% da média das despesas de uma organização com as remunerações no LoL na América do Norte.

A LCSPA disse também que apresentou propostas para a Riot Games para que a NACL fosse preservada.

O que a LCSPA propôs?

A LCSPA informou ter apresentado quatro sugestões à Riot Games para que a NACL fosse mais financeiramente sustentável:

-Autorizar as equipes a pagar os jogadores da NACL com base nas leis locais, em vez da legislação da Califórnia;

-Autorizar as equipes a fazer parcerias com organizações terceirizadas para operação dos elencos da NACL e divisão dos custos;

-Criar um programa robusto de divisão, com os clubes da LCS, da receita obtida com a venda de itens dentro do jogo, assim como no Valorant;

-Introduzir incentivos como promoção e rebaixamento e divisão de receitas com organizações de fora da LCS para investimento em elencos da NACL.

— A LCSPA acredita que essas propostas irão reduzir o custo de manter um elenco da NACL em cerca de 50% e fornecer os incentivos necessários para tornar a LCS e a NACL viáveis a curto e a longo prazos — declarou a entidade, por meio de nota.

Em outra manifestação, a associação dos jogadores criticou que somente três clubes poderiam investir de 15% a 20% dos US$ 3 milhões recebidos da Riot Games neste ano em times de base. A desenvolvedora divide as receitas da LCS com os clubes integrantes da franquia.

Quais são as reivindicações da LCSPA?

Ao formalizar a votação da greve, a LCSPA anunciou cinco reivindicações à Riot Games:

-Instituir promoção e rebaixamento entre a LCS e a NACL nos moldes do cenário competitivo de Valorant;

-Compromisso da Riot Games com receita para bancar os salários dos jogadores da NACL no valor de US$ 300 mil por equipe por ano;

-Permitir que as equipes da LCS façam parcerias com empresas terceirizadas para divisão das despesas;

-Garantia de contrato mínimo de um ano para os cinco jogadores que vencerem a LCS Summer a cada temporada;

-Institutir uma regra que permita que times da NACL dispensados continuem com a vaga se mantiverem três, dos cinco jogadores juntos.

Como será a greve?

A LCSPA não deu detalhes de como será a greve, como por exemplo, quando a paralisação irá começar, quanto tempo irá durar e qual é a adesão esperada.

Como a LCS Summer 2023 está marcada para começar nesta quinta-feira, com os dez times jogando na rodada inicial, a Riot Games e os clubes têm se movimentado nos bastidores.

Qual é o contexto da paralisação?

O movimento acontece em meio a uma crise sem precedentes da LCS, com mudanças no formato do torneio que desagradaram a comunidade, queda de audiência e de interesse do público, resultados ruins dos times norte-americanos nos campeonatos internacionais e dificuldades financeiras dos clubes.

Duas das principais marcas do LoL, a CLG e a TSM, estão deixando o cenário competitivo da América do Norte. A CLG vendeu a sua vaga na LCS para a NRG Esports, depois de uma demissão em massa na empresa, o que tem se tornado cada vez mais comum nos esports. Já a TSM informou que pretende migrar para outra região, escancarando o desinteresse pela América do Norte, onde a Riot Games tem priorizado o Valorant em detrimento do LoL.

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