Lorenzo diz que Yamaha “perdeu o rumo” e indica razão: “Não sou mais piloto de testes”

Não é que a moto da Yamaha seja ruim, na opinião de Jorge Lorenzo

Jorge Lorenzo é um dos maiores pilotos que já passaram pela MotoGP, tendo vivido seu auge ao lado da Yamaha entre 2008 e 2016. E o espanhol acredita que a fabricante japonesa não estaria passando por metade dos problemas que enfrenta atualmente se ele fosse o piloto de testes.

Tricampeão da classe rainha com a casa de Iwata, Lorenzo ainda conquistou três vice-campeonatos no mesmo período e protagonizou batalhas épicas na ocasião com o seu então companheiro de equipe, Valentino Rossi. Desde aquele período, no entanto, o eterno #99 não via a Yamaha como a melhor moto do grid.

“A Yamaha nunca teve a melhor motor ou o motor mais potente. Nunca na história”, começou Lorenzo. “A maneira como o motor é feito? Ter potência máxima não é a melhor ideia. Isso também dá boas características à moto — por exemplo, estabilidade nas curvas. Fica mais amigável para os pilotos, mais fácil e mais ágil movimentar a moto nas curvas”, acrescentou.

A MotoGP ainda viu neste mesmo período a Honda despontar com Marc Márquez, porém sempre com a Yamaha muito próxima, e assim foi até o título de Fabio Quartararo em 2021. Mas apesar de o francês ter terminado o ano passado atrás apenas do campeão, Francesco Bagnaia, o impressionante domínio da Ducati fez Lorenzo questionar os pontos fortes de outrora.

“Parece que, nos últimos dois anos, eles perderam os pontos fortes, mas não conseguiram exatamente o que precisam do ponto de vista do motor, com potência ou aceleração. Agora é uma moto que não tem um ponto forte, como antes”, avaliou.

“Não digo que é uma moto terrível, porque tenho a certeza de que é competitiva, mas não o suficiente para lutar pelo título. Especialmente quando se tem Pecco Bagnaia, que é muito maduro, e mais sete pilotos da Ducati. Depois outras marcas, como a KTM. Parece que eles perderam o rumo”, completou o espanhol, que ainda deu uma explicação bem simples sobre a queda de performance frente à casa de Borgo Panigale.

“Eu estava pilotando para eles como piloto de testes. Comigo nunca se sabe, mas eu conhecia a moto e poderia tê-los ajudado a encontrar um caminho rumo à evolução da moto. Mas eles têm um piloto de testes diferente agora”, declarou.

“Dizer que não sou um bom piloto de testes é como dizer que a Terra é quadrada. Engenheiros e pilotos que dividiram os boxes comigo na Yamaha e na Ducati sabem como sou bom em desenvolver a moto para torná-la mais rápida. Se falarmos apenas de números, é fato que depois que deixei as duas equipes, a quantidade de vitórias por temporada diminuiu”, disparou, sem falsas modéstias. E ainda teve tempo para uma boa cutucada em Cal Crutchlow, o atual piloto de testes da marca:

“Sobre Cal, ele foi um dos pilotos com menos vitórias e mais quedas nos últimos dez anos. Acho que ele será um bom piloto de testes… para testar o quão resistente é a moto”, encerrou Lorenzo.

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