O Instituto Nacional do Seguro Social prevê a realização de um novo concurso INSS em 2024. A informação foi dada pela Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), no último dia 9.
Como informado pela categoria após a reunião do comitê permanente do INSS sobre processos de trabalho, a autarquia prepara, além do chamamento dos aprovados no cadastro de reserva do concurso atual, um novo edital para o próximo ano.
“Foi informado que o INSS solicitou a convocação de um adicional de 25% sobre o número de nomeados no atual concurso, ou seja, mais 250 servidores. Além disso, também será solicitada a convocação dos excedentes classificados no último certame. A gestão informou ainda que está prevista a realização de um novo concurso público para o INSS em 2024”, disse a categoria.
Ainda segundo a Fenasps, a realização de concurso público é fundamental para o fortalecimento da carreira.
Veja 4 motivos para um novo concurso INSS
A realização de novos concursos INSS voltou ao debate político nos últimos meses. Isso porque, mesmo com a conclusão da última seleção, com mil vagas para técnicos, a necessidade de servidores é urgente para a autarquia.
Veja abaixo os motivos que indicam a possibilidade de um novo edital!
-Pedido de concurso INSS não foi contemplado na íntegra
O primeiro motivo que leva a um novo concurso INSS é que o aval dado para a seleção, que foi concluída, não foi contemplado de forma integral.
Isso porque a seleção deixou de fora a carreira de analista do seguro social, de nível superior. Neste caso, 1.571 oportunidades constavam no pedido enviado pela autarquia ao então Ministério da Economia.
Quando o aval para o concurso foi dado, em junho de 2022, a informação dada era de que as demais oportunidades (1.571 vagas de analista do seguro social) seriam transferidas para uma próxima autorização.
Até o momento, o concurso não foi autorizado e o orçamento deste ano não indica quantas vagas o INSS poderá preencher, e se novos editais poderão ser publicados.
-Ministro quer zerar fila do INSS, mas déficit é grande
Em janeiro, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, tomou posse, comprometendo-se a zerar a fila do INSS, o que pode gerar mais convocações do concurso de 2022 e, até, um novo edital.
“Quero acabar com a fila em tempo recorde para o povo brasileiro se sentir respeitado”, afirmou.
Segundo o ministro, além de reforçar o quadro de técnicos do INSS, com a convocação dos aprovados na seleção, também está em estudo a realização de um novo concurso para a Perícia Médica.
-Relatório da transição do governo aponta redução de servidores
O Instituto Nacional do Seguro Social sofreu, desde 2016, uma desestruturação institucional, segundo aponta o relatório final do Gabinete de Transição Presidencial.
Conforme o documento divulgado no dia 22 de dezembro, as medidas adotadas pelo Governo Federal, a partir de 2016, ameaçam as conquistas da Previdência Social e colocam o novo governo diante do desafio de reconstruir o setor.
Ainda segundo a equipe, nos últimos anos, “assistiu-se também a uma política que se traduziu no represamento de direitos para a redução forçada de gastos, com graves consequências administrativas e sociais”, sendo elas:
-A redução do quadro de servidores do INSS;
-O fechamento de agências físicas;
-A desatualização cadastral que limita a concessão automática de direitos;
-A precariedade do serviço de teleatendimento;
-A migração do atendimento presencial para canais remotos;
-As dificuldades com o uso dos canais online;
-As limitações técnicas do canal digital; e
-O uso de automatização na concessão de benefícios com base em protocolos imprecisos, levando a indeferimentos desnecessários.
Segundo o relatório, é extensa a lista de questões e demandas que deverão exigir máxima atenção do ponto de vista legislativo, orçamentário e de garantia de direitos aos cidadãos.
Antes da conclusão do relatório, um documento, com mudanças na Previdência Social, chegou a ser mencionado por membros da equipe de transição. Nele, estaria a contratação de mil novos servidores, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo informações divulgadas ao O Globo, os estudos para um novo concurso, assim como as mudanças a serem propostas na Previdência Social, estariam sendo tratados internamente pelo governo.
Ministra Esther Dweck colocou novos editais em pauta
Por fim, a necessidade de um novo concurso INSS, ou até mesmo novos, começou a ganhar espaço entre os ministros da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (pasta responsável pelo aval de editais federais), Esther Dweck, e da Previdência Social, Carlos Lupi.
Durante a comemoração aos 100 anos da Previdência Social, celebrados no dia 24 de janeiro, a ministra Esther Dweck afirmou que será discutida a realização de novos concursos públicos para a Previdência, a pedido do ministro Carlos Lupi.
“Percebemos que o momento agora é de resgate e a própria recriação do Ministério da Previdência demonstra a importância que é dada a essa grande instituição”, completou.
A fala da ministra ocorreu poucos dias após o titular da Previdência anunciar, durante reunião com a presidência da Associação Nacional dos Servidores Públicos da Previdência e da Seguridade Social (Anasps), a convocação de até 4 mil aprovados no concurso INSS.
O concurso para o Instituto Nacional do Seguro Social, que foi homologado este ano, conta com mil vagas imediatas para o cargo de técnico do seguro social, de nível médio.
No entanto, conforme o anexo VII do edital, até 3.373 candidatos têm chances de classificação, sendo pelo menos 2.487 na ampla concorrência. Os contratados terão uma remuneração inicial de até R$5.905,79, para jornada de trabalho de 40 horas.