Nem todas as fabricantes estão a deixar-se conquistar pelos elétricos e uma delas é a Toyota. Aliás, têm-na questionado sobre isso e a fabricante decidiu dar três razões para a sua secundarização no espetáculo que tem sido o processo de eletrificação.
Motivada por pedidos de informação, relativamente ao seu fraco empenho elétrico, a Toyota enviou uma carta aos seus concessionários, nos Estados Unidos da América (EUA). No documento, justifica a abordagem que tem adotado e as razões pelas quais se mantém, ainda que comprometida, moderada, em matéria de eletrificação.
A abordagem prudente da Toyota, em relação à aposta nos elétricos, deve-se, segundo partilhou, a três principais razões.
Em primeiro lugar, a fabricante está preocupada com os componentes que dão – e darão, em maior escala, futuramente – forma às baterias. Segundo explicou no documento interno, até 2035, será necessário abrir mais de 300 novas minas para obter os materiais necessários, como o níquel e o cobalto, pois não conseguirão acompanhar a procura.
Depois, a Toyota apontou a rede pública de carregamento. Mencionando, especificamente, os EUA, sublinhou que a expansão se tem mostrado lenta e insuficiente, uma vez que apenas 12% dos postos públicos são para carregamentos rápidos. Além disso, a rede mais extensa pertence à Tesla, que se abriu para outras marcas há relativamente pouco tempo.
Por fim, a japonesa bateu na tecla dos custos associados aos carros elétricos. Segundo explicou, o custo médio de compra de um carro tradicional, no mercado norte-americano, em 2022, era de 48.000 dólares, competindo com o preço médio de 58.000 dólares de um elétrico. A este preço, os consumidores deste devem ainda acrescentar a compra e a instalação do ponto de carregamento, que a Toyota estimou custar 1.200 dólares.
Apesar do compromisso com a eletrificação, para já, a perspetiva da Toyota defende que a posição mais favorável passa por assegurar uma oferta variada, na qual se incluem híbridos, híbridos plug-in e elétricos puros.
Estará a Toyota a pensar bem?