Imagens que viralizaram nas redes sociais nesta semana mostram empresários do ramo do marketing digital caminhando sobre cacos de vidro, enquanto colegas gritam frases motivacionais e batem palmas: “Vamos, você consegue”.
O episódio foi registrado em um hotel de luxo em São Paulo no último dia 16, durante um evento do “Grupo Black”, que reúne “empreendedores digitais”. A prática, conhecida como “glasswalking”, é comum no meio, de acordo com os organizadores.
Samuel Pereira, palestrante e líder do grupo de empresários, afirma que o objetivo da atividade é fazer uma metáfora em relação aos desafios da vida e do mundo dos negócios.
“É uma dinâmica para falar sobre vencer os medos. O que ocorre na verdade é uma analogia em relação às aflições da vida e como é possível superá-los para que as pessoas façam o mesmo em suas vidas e seus negócios”, disse ele ao Metrópoles.
O Grupo Black se reúne três vezes por ano. Essa foi a segunda vez que o evento contou com uma sessão de glasswalking. Segundo Samuel, ninguém nunca se machucou.
“Os pés são devidamente limpos, e ao pisar nos cacos, acontece uma distribuição de peso. O que ocorre é que as pessoas criam uma ilusão de que é algo perigoso, mas no final não é”, afirmou.
As sessões de glasswalking foram ministradas pelo André Kaercher, que se identifica como “o treinador dos treinadores”. Ele oferece conselhos a coaches e palestrantes motivacionais sobre como orientar seus clientes.
Kaercher afirma que o glasswalking é uma “dinâmica de forte impacto emocional” adotada há mais de quatro décadas, com o objetivo de “remeter o aluno à jornada do herói”.
“Essas dinâmicas de forte impacto emocional já são aplicadas não é de agora. Há mais de quatro décadas já se aplica esse modelo de dinâmica em treinamentos abertos ou corporativos. Qualquer dinâmica de forte impacto emocional vai sim transformar o seu aluno, vai levar seu aluno a níveis de excelência”, afirma Kaercher em vídeo divulgado em seu canal no YouTube.
Segundo o coach, outras dinâmicas de forte impacto emocional também são adotadas no meio corporativo, como o “firewalking”, que consiste em caminhar sobre brasas, e o “fallback”, atividade em que o aluno deixa o corpo cair para trás nos braços de um colega.
A empresária Bruna Ávila, que aparece no vídeo pisando em cacos de vidro, afirma que a experiência foi “emocionante”. Ela diz que nunca havia feito o glasswalking.
“Acho que, por nunca ter feito antes, a emoção me tocou muito no momento. O processo pelo qual eu passei não foi sobre os cacos, foi sobre as lembranças que me vieram à mente da trajetória que eu passei até o momento atual”, afirmou Bruna ao Metrópoles.
“Meu choro foi de emoção, não senti nenhuma dor física. Meu choro também foi de gratidão, por saber que eu não desisti com os desafios diários”, diz ela.