Entre uma agenda e outra, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, parou para conceder uma entrevista ao ContilNet. Entre outras coisas, falou sobre política e sobre seu futuro, declarando-se candidato à reeleição e esperançoso de que possa vir a ter o apoio do PP, do governador Gladson Cameli e da vice-governadora Mailza Assis, filiados a seu partido.
Bocalom está convicto de que, com o trabalho que vai executar em mais de um ano que ainda lhe resta de mandato, reverterá qualquer indisposição dentro do PP e se habilitará para ser o candidato a prefeito da sigla, em 2024.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
ContilNet: Que o senhor é candidato à reeleição isso já está muito claro diante de seguidas declarações suas neste sentido. A dúvida é se o senhor permanece no PP, o partido pelo qual foi eleito, ou se sairá da agremiação em busca de abrigo para a nova candidatura. Como está esta situação?
Bocalom: Ainda falta um ano para a campanha e, no momento, estou mesmo preocupado em trabalhar. Mas não há nada decidido nem discutido quanto a partido e isso não me preocupa porque o que quero mesmo é continuar trabalhando. A minha reeleição vai se dar pelo trabalho que estamos realizando.
Mas, para se reeleger, o senhor precisará de um Partido e, ao que parece, não há segurança no PP no de que o senhor terá legenda. Não é isso?
Dentro do PP, eu não tenho dúvida nenhuma de que, com o trabalho que estamos realizando e que ainda vamos realizar, o PP vai rever qualquer tipo de situação e que vai nos apoiar.
O senhor acha que poderá contar com o apoio do governador Gladson Cameli e da vice-governadora Mailza Assis, que são filiados ao seu Partido? O senhor conta com isso?
Acredito que posso contar, sim, com o apoio deles. Não conto com essa coisa de não poder. Prefiro ver o que vai acontecer. Vamos trabalhar ainda.
O senhor acha que, com tantos problemas na cidade, problemas de toda ordem, dos quais se sobressaem os buracos, o senhor conseguiria reverter índices desfavoráveis para tentar a reeleição e a própria sociedade compreenderá o senhor na busca por mais um mandato? O senhor acha que dará tempo para arrumar tantos buracos?
Claro que vai! Mas não é só buraco tapado que ganha eleição. Se ganha eleição cuidando de ramais, de creche, da Educação, resolvendo o problema dos médicos e do que estamos fazendo na Saúde. Então, eu digo: não é só a operação tapa-buraco na cidade que vai nos habilitar para a reeleição. Temos problemas como o da água, que vamos resolver. Isso tudo nos encaminhará para uma reeleição tranquila. Os buracos na cidade são apenas um dos problemas que temos mais de um ano para resolver.
Essa questão da falta d’agua em Rio Branco, se arrasta desde a época do prefeito Mauri Sérgio, há quase duas décadas. O senhor acha que vai resolver e como?
Tenho certeza que, na nossa gestão, se Deus quiser, nós vamos resolver. Vamos furar dois poços de 1.200 metros cada um, um na Vila Acre e outro na região do Tancredo Neves, e aí vamos saber de uma vez por todas se teremos água subterrânea suficiente para abastecer a cidade.
Nesta profundidade, se não encontrar água, pode achar petróleo, não é?
Não, nessa profundidade, não dá petróleo (rindo…). Vamos encontrar água, se Deus quiser. Temos informações de que água, e água boa, dá na rocha. E a rocha nossa aqui está mais ou menos a 400 metros de profundidade. A partir daí é que poderemos dizer se temos ou não água à vontade. Enquanto não chegarmos na rocha não sabemos, porque às vezes temos água em quantidade mas não em qualidade. Por isso, vamos cavar com profundidade.
Prefeito, em várias de suas entrevistas, o senhor diz que nunca na história de Rio Branco a Prefeitura Municipal teve tanto dinheiro em cofre. O conceito básico da administração pública diz que no serviço público recursos públicos sem gastos é um sinal de que o gestor não sabe gastar, não sabe fazer nem executar os projetos que vão gastar tais recursos. É isso o que está acontecendo?
Não é nada disso. Temos dinheiro em caixa porque não roubamos nem deixamos roubar. Na realidade, todas as secretarias gastaram bem o dinheiro. Tivemos uma das maiores alagações da história da cidade há poucos dias. Parou o trabalho da cidade? Não parou. A cidade está muito mais limpa, mais arrumada, está toda iluminada e estamos em várias frentes de trabalho, tanto na zona urbana quanto na zona rural, como na questão dos ramais. Temos trabalhado em 1.300 ruas, com buracos tapados, estamos trabalhando em ramais, e tendo dinheiro. E sabe por que? Porque este gestor aqui cuida bem do dinheiro público.
Como é ser prefeito de uma cidade cujos princípios políticos são contra os do presidente da República, no caso o Lula, do PT, partido pelo qual o senhor tem manifestado, para dizer assim, manter distância ideológica?
Não há nenhum problema. O que nós queremos fazer agora é cuidar bem da população. O momento não é de disputa eleitoral porque não é tempo de eleição. Não tenho do que me queixar. Os ministros do presidente, aqueles a quem procurei, me receberam bem, com atenção e respeito, e eu não tenho problemas porque trabalhamos com emendas dos nossos deputados e senadores e elas vêm sendo liberadas pelos ministérios. Não temos problemas.