Máquinas de choque, câmeras, objetos sexuais e material pornográfico estão entre os itens apreendidos pela polícia no apartamento do analista de TI Daniel Moraes Bittar, de 42 anos, apontado como responsável pelo sequestro e estupro de uma adolescente de 12 anos no entorno do Distrito Federal. Uma estufa usada para produção de maconha e um galão com clorofórmio também foram encontrados no imóvel. A polícia suspeita que Daniel tenha registrado cenas do estupro em um vídeo. Dispositivos eletrônicos localizados também foram apreendidos e vão passar por perícia.
A menina foi encontrada pela Polícia Militar do Distrito Federal com os pés algemados, na cama de Daniel, em um apartamento localizado na região da Asa Norte, em Brasília. Ela foi raptada no Jardim Ingá, em Luziânia, no estado de Goiás, depois de ser rendida pelo homem e uma cúmplice, identificada como Geisy Souza, enquanto caminhava para a escola.
A polícia foi notificada do desaparecimento da adolescente no início da tarde de quarta-feira, e chegou até o apartamento do criminoso por volta das 23h30 do mesmo dia. O trabalho de investigação começou com o deslocamento de agentes para o local onde ela foi vista pela última vez, próximo à escola onde estuda, com a informação de que ela teria entrado em um carro preto.
Lá, os policiais descobriram, por meio de testemunhas, que um casal teria agarrado a adolescente e a colocado no veículo à força. Os investigadores solicitaram, então, imagens de câmeras de segurança das redondezas. Nas gravações, conseguiram identificar a numeração da placa do carro. Assim, chegaram à identidade do proprietário e, posteriormente, ao endereço dele.
A menina foi localizada por policiais do Grupo Tático Operacional do 3º Batalhão, seminua e algemada pelos pés, na cama de Daniel. Ela também apresentava várias escoriações pelo corpo. Aos agentes, ela contou que ele usou uma faca para rendê-la. Além de Daniel, uma mulher apontada como cúmplice do crime também foi presa por agentes da Polícia Militar de Goiás, em Luziânia, nesta quinta-feira.
Foi a suposta cúmplice de Daniel, segundo a vítima, quem colocou um pano com clorofórmio em seu rosto, para dopá-la. Ela chegou à casa do suspeito dentro de uma mala, ainda desacordada. De acordo com a menina, ela já acordou no imóvel onde foi encontrada.
Além disso, Daniel tem histórico de passagens pela polícia, pelos crimes de agressão, desacato e ameaça.
‘Pedofilia é crime’
Nas redes sociais, o suspeito chegou a fazer publicações recentes com mensagens contra a prática de pedofilia. Em uma das publicações, ele reproduz a imagem de uma campanha de conscientização contra a pedofilia. “’Pintou um clima?’ Não. Pedofilia é crime. Denuncie”, diz a postagem do analista de TI.
Cúmplice diz ter sido ‘coagida’
A mulher detida por suspeita de ser cúmplice de Daniel Moraes Bittar, preso por sequestrar e abusar sexualmente de uma menina de 12 anos, disse à polícia que foi coagida a ajudar o homem. Identificada nas redes sociais como Geisy Souza, de 22 anos, foi presa no Entorno do Distrito Federal e foi levada para a 2ª DP, em Brasília.
— Ela diz que também foi ameaçada, que também foi vítima, mas totalmente infundadas as alegações dela. Se fosse vítima, no momento que foi liberada, deveria ter entrado em contato com a polícia informando que outra pessoa era mantida refém — disse o tenente coronel Arantes, da Polícia Militar de Goiás, que participou da operação.
A identidade da suspeita foi confirmada ao GLOBO por fontes envolvidas nas investigações. Ainda segundo as autoridades, Gesiy Souza e Daniel Bittar se conheciam há dois anos. Nas redes sociais, ela se descreve como blogueira e anuncia uma conta em um site de conteúdos adultos. A mulher não tem passagens policiais.