Com o problema do abastecimento de água agravado em Rio Branco na semana que passou devido ao rompimento de uma adutora na Estação de Tratamento de Água (ETA) II, o prefeito Tião Bocalom (Progressistas) anunciou a decisão de explorar o subsolo em busca de outra fonte de água potável alternativa ao Rio Acre: localizar o aquífero Alter do Chão.
“Existe o aquífero de Alter do Chão, que é o maior aquífero do mundo segundo a CPRM [Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais] e que chega aqui em Rio Branco então a gente vai perfurar e se encontrarmos essa água na rocha com qualidade e em quantidade vamos resolver porque não dá mais para continuar dependendendo somente da água do rio”, disse Bocalom.
O prefeito acredita que esta seja a solução definitiva para o problema do desabastecimento de água na cidade. “Desde quando eu assumi eu venho dizendo que nós temos que buscar água de poço, água de subsolo. Não adianta ficar só esperando a água do Rio Acre, por isso eu autorizei fazer uma licitação para fazer um contrato para perfuração até 1.200 metros”, explicou.
De acordo com ele, uma empresa que perfura até 1 mil metros já foi localizada e a ideia é que os trabalhos se iniciem tão logo a burocracia seja resolvida. “A gente precisa buscar essa água e de repente com 500 metros resolve, mas vamos até onde precisar”, frisou.
A ideia do prefeito é realizar duas perfurações em pontos polares da cidade: uma na parte alta, no bairro Placas; e outra no segundo distrito, no bairro Comara.
Sobre o aquífero
Descoberto em 2010, o aquífero Alter do Chão está situado na região Norte do Brasil sob os estados do Pará, Amazonas, parte do Amapá e chegaria até o Acre. É uma das maiores reservas de água subterrânea do mundo com 86 mil km³ de água e pouco mais de 437.5 mil km² de área, o que daria para abastecer toda a população mundial durante cerca de 250 anos, segundo a CPRM do Serviço Geológico Nacional.
A Agência Nacional Águas (ANA), confirmou em 2019 que o aquífero Alter do Chão, que já era conhecido dos cientistas, é o maior do mundo com um volume de água estimado em 160 trilhões de metros cúbicos ou 86 mil quilômetros cúbicos, sendo considerado pelos cientistas um verdadeiro oceano subterrâneo, porém sem conhecimento ainda sobre suas características, sobre a qualidade da água do reservatório para identificar se é apropriada para o consumo.