Um atentado a tiros a uma escola pública no interior do Paraná na manhã desta segunda-feira (19), que matou uma estudante e feriu outro com gravidade, fez acender uma sinal vermelho entre autoridades das áreas de Educação e Segurança Pública, em Rio Branco. O autor do atentado foi um ex-estudante da escola, de 21 anos de idade, que chegou ao estabelecimento dizendo que precisava obter cópia de seu histórico escolar e em seguida passou a atirar a esmo.
O alerta já havia sido feito em estudo divulgado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apontado que, no Brasil, fora o atentado de hoje, já havia ocorrido 31 ataques com violência extrema a escolas em pouco mais de 20 anos, entre janeiro de 2002 e maio de 2023. De acordo com o estudo, até 2021haviam sido registrados três ataques por ano a escolas brasileiras.
No entanto, nos anos seguintes, o ritmo aumentou. Foram dez ataques em 2022 e sete em 2023, até maio.
A Prefeitura de Rio Branco vem tentando se adiantar ao problema para que ataques não sejam registrados na Capital, informou a secretária municipal de Educação, Nabiha Bestene. Ela informou que o Diário Oficial do Acre desta segunda-feira (19) traz a publicação de lei municipal que estabelece em Rio Branco o programa Escola Segura.
O programa consiste em medidas de prevenção de ataques em instituições da rede municipal de ensino, com a a formação profissional e pessoal de educadores, colaboradores, pais e tutores legais para a identificação e diminuição dos fatores que levam à violência entre jovens e adolescentes, tanto individual quanto em grupo.
O programa também é integrado por cursos de capacitação e palestras com representantes das áreas de saúde mental e segurança pública voltadas para educadores, colaboradores, genitores, estudantes e agentes de portaria, com o objetivo de orientá-los na identificação e reação a situações de violência e ataques em escolas da rede municipal de ensino também está prevista na lei.
De acordo com Nabiha Bestene, o programa também contará com uma rede de comunicação e colaboração entre os órgãos responsáveis pela segurança pública, saúde mental e educação em nível local, para garantir uma resposta rápida e prioritária em casos de possíveis ou iminentes ataques e atentados em instituições de ensino.
“Havendo constatação do menor indício de comportamento violento de aluno, os pais ou responsáveis serão orientados e encaminhados aos serviços de atendimento especializado”, disse a secretária.