O jornal O Globo reuniu dados de um levantamento realizado pelo World Resources Institute, e divulgou nesta terça-feira (27) os resultados desastrosos. De acordo com a pesquisa, a cada cinco segundos em 2022, o planeta perdeu uma área de floresta tropical virgem equivalente a um campo de futebol. Desse total, cerca de 43% desta destruição foi registrada apenas no Brasil.
Ainda segundo o levantamento, a Amazônia Brasileira enfrentou um dos piores cenários na história. Só no último ano do ex-governo Bolsonaro, a floresta teve 19,8 mil km² desmatados, um aumento de 21% em comparação com o ano anterior.
O World Resources Institute declarou que um dos maiores epicentros da destruição foi ao redor das rodovias da Amazônia Brasileira, dentre elas, a BR-364, no Acre, juntamente da Transamazônica e as BR 319 e 163, no Amazonas, no Pará e Rondônia.
A preocupação de especialistas é que somente na Amazônia, são retidas quase 90 mil toneladas de CO2, o que representa o dobro das emissões anuais do planeta.
O instituto lembra ainda que o Acre foi um dos estados da Amazônia Legal que mais viram os índices de desmatamento dispararem em 2022.
Feijó é o município acreano que mais desmatou em 2022, com um total de 17.194,90 hectares. Os dados são do relatório anual do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) do MapBiomas.
Além de Feijó, os municípios de Rio Branco, Sena Madureira e Tarauacá também estão entre as cidades brasileiras que mais derrubaram floresta em 2022. Juntos, os quatro desmataram um volume de 51.167,21 hectares, equivalente a mais da metade de toda a área desmatada no Acre, que foi de 92.531 hectares.
Desmatamento segue avançando em 2023
Após um ano, o Acre segue sendo um dos estados brasileiros que mais desmataram a Floresta Amazônica. Em março deste ano, o estado figurou entre os estados que triplicaram a derrubada de áreas florestais, de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Estado contesta
Porém, o Governo do Acre declarou que nos primeiros meses de 2023, houve uma queda significativa nos alertas de desmatamento no estado.
Segundo a nota do Palácio, o número de alertas de desmatamentos no Acre reduziu 38% no primeiro trimestre de 2023. Os dados, analisados pelo Centro Integrado de Geoprocessamento Ambiental (Cigma), da Secretaria do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi), são baseados em um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com o estudo, de janeiro a março deste ano foram detectados 667 alertas de desmatamento, sendo que no mesmo período do ano passado eram 1.076, ou seja, uma redução de 38%.
Ainda segundo o governo, em relação aos dados do Cigma, em março de 2023 houve também redução no número de alertas se comparado a 2022. Este ano foram 195 contra 159, sendo 18,5% a menos.