O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), recebeu nesta segunda-feira (12) o fóssil do dinossauro Ubirajara Jubatus, descoberto no município de Santana do Cariri, no Ceará, nos anos 90.
O fóssil foi retirado da região do Cariri cearense de maneira irregular e levado para o o Museu Estadual de História Natural da cidade de Karlsruhe, na Alemanha, em 1995.
Agora, o fóssil será levado para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, administrado pela Universidade Regional do Cariri (Urca).
De acordo com análises laboratoriais, o Ubirajara Jubatus tem aproximadamente 110 milhões de anos. É o fóssil o mais antigo encontrado na região.
O fóssil chegou ao Brasil em 4 de junho deste ano, por um avião oficial do governo alemão. E na segunda-feira (5), o material fossilífero foi analisado por representantes dos lados brasileiro e alemão.
O dinossauro
O fóssil Ubirajara jubatus é um holótipo, ou seja, é uma peça única que serviu de base para a primeira descrição, a descrição original de uma espécie.
O Ubirajara é descrito como uma espécie exótica, com uma espécie de crina nas costas e “varetas” saindo dos ombros. Ele era do tamanho de uma galinha. Apesar destas características, o Ubirajara é o primeiro dinossauro não-aviário encontrado nas Américas.
O dinossauro era do tamanho de uma galinha e revestido por penas. Ele é considerado importante, pois é tipo “ancestral” das aves que conhecemos hoje.
O fóssil em si está dividido em duas placas de pedra Cariri (calcário laminado): uma placa de 47 cm x 46 cm x 4 cm, e peso de cerca de 11,5 quilos; a segunda placa mede 47 cm x 46 x 3 cm e pesa cerca de 8 quilos.
Devolução
A descoberta da nova espécie Ubirajara Jubatus, descrita a partir do fóssil encontrado no Cariri cearense, foi anunciada em outubro em 2020 na revista científica Cretaceous Research.
Segundo o artigo, o fóssil havia sido levado para a Alemanha em 1995 a partir de uma autorização do então Departamento Nacional de Produção Mineral, atual Agência Nacional de Mineração (ANM).
Contudo, de acordo com a legislação brasileira, os fósseis são patrimônios da União e sua compra e venda é proibida. Sua extração, de fato, depende de autorização ou comunicação à ANM.
Contudo, a agência não tem autoridade para liberar a saída do fóssil do território naciona
Desse modo, já na data da publicação do artigo, a comunidade científica brasileira questionou a legalidade do fóssil estar no museu alemão de Karlsruhe. A partir daí, teve início as tratativas para devolver o fóssil ao Brasil.
Em 2022, o Conselho de Ministros do estado de Baden-Württemberg decidiu que o Brasil poderia receber de volta o fóssil já que não ficou comprovado como foi realizada a aquisição e importação do dinossauro pela Alemanha.