Cão que ajudou a achar crianças na Colômbia ‘está arisco e não se aproxima’

Militares têm jogado carne pela mata para o manter alimentado e vão usar cadela para atraí-lo

Wilson, o cachorro que desapareceu após participar nas buscas pelas crianças que passaram 40 dias perdidas na selva colombiana, já foi visto duas vezes – a última vez, na semana passada – pela equipe que procura por ele. O animal, entretanto, não responde aos comandos e não se aproxima dos militares, contou ao g1 o capitão do Exército colombiano Ender Montiel.

Militares têm jogado carne pela mata para o manter alimentado e vão usar cadela para atraí-lo.

O cachorro, um pastor belga integrante das Forças Armadas, chegou a ficar com os quatro irmãos, mas depois se perdeu das crianças e das equipes de busca. Agora, uma nova operação foi montada para buscar o animal.

“Em duas ocasiões, o Wilson chegou a ficar a 15 metros das tropas, mas ele não se aproxima, está arisco”, disse Montiel, que participou também das buscas pelos irmãos.

Os militares não sabem a causa exata de Wilson não se aproximar.

Capitão do Exército Ender Etiel (à esquerda), durante operação para buscar irmãos que passaram 40 dias na selva colombiana, em maio de 2023.  — Foto: Arquivo pessoal/ Ender Etiel

Capitão do Exército Ender Etiel (à esquerda), durante operação para buscar irmãos que passaram 40 dias na selva colombiana, em maio de 2023. — Foto: Arquivo pessoal/ Ender Etiel

Carnes para alimentar, cadela para atrair

Montiel disse que a nova tática dos militares para tentar convencê-lo a não fugir da equipe será levar uma cadela ao local – ainda que seja castrado, Wilson conhece o animal que passará a integrar as buscas.

Além disso, os militares e indígenas espalham pedaços de carne pelo perímetro das buscas – uma área de mata densa no sul da Colômbia – na esperança de que o cachorro se alimente.

Wilson está desaparecido desde 18 de maio, antes mesmo de as crianças serem encontradas, o que ocorreu em 9 de junho. Segundo parentes das crianças, o cachorro chegou a estar com os quatro irmãos, mas depois desapareceu. A mais velha deles, Lesly, de 13 anos, desenhou o animal em papéis no hospital onde estão internados, em Bogotá.

Cem integrantes das equipes de busca, formadas por militares e indígenas, estão atualmente à procura de Wilson.

“Para nós, o Wilson é um integrante como outro qualquer do grupo. Não deixaremos de buscar, e nós sabemos que ele está vivo”, disse Montiel.

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