Não é qualquer dia que estamos diante do filho de Odin. Mesmo sem as longas madeixas, o figurino asghardiano, o martelo Mjölnir (aquilo que esmaga, em bom português) e o pedido da produção para não mencionarmos a palavra ‘Thor’ durante a entrevista, o ator australiano Chris Hemsworth nunca deixará de ser o super-herói da Marvel.
Ainda sem conhecer nada além “dos quarteirões em volta do hotel” localizado na região dos Jardins, em São Paulo, em sua primeira visita ao Brasil, ele chegou com as vestes de outro grande protagonista, Tyler Rake, um mercenário que não tem os mesmos poderes de Thor, mas que já conquistou a audiência da Netflix.
Além de participar do “Tudum”, evento da plataforma de streaming com encerramento neste domingo, no Parque do Ibirapuera, e que terá neste sábado uma transmissão mundial reunindo várias atrações de peso na capital paulista, Hemsworth veio ao país para lançar “O Resgate 2”, ao lado do diretor Sam Hargrave.
O filme estreou no catálogo da Netflix nesta sexta-feira e, diferentemente da franquia de Thor, exigiu um esforço extra do australiano, já que muitas cenas de ação não tiveram uso de efeitos especiais e dublês. “A preparação foi incrivelmente detalhada. Neste filme em particular, eu provavelmente fiz 95% das acrobacias”, revela.
“Isso se deve ao meu próprio entusiasmo. Eu amo fazer isso, mas também pela forma como o Sam filma. É tudo na câmera para haver realismo em vários planos e ângulos e esconder os dublês. Isso dá uma energia diferente. O público gosta de ver você ali mesmo e não efeitos especiais e expressões faciais”, afirma.
Chris Hemsworth assinala que a “experiência se torna mais envolvente”, exigindo ainda um certo prepara físico para enfrentar cenas intensas de luta e correria. “Eu tenho uma formação muito esportiva e atlética e isso me alimenta e complementa o lado emocional das coisas”, destaca.
Hargrave concorda e completa o depoimento do ator dizendo que “o seu desempenho foi um plus e tornou o meu trabalho muito mais fácil”. Ex-dublê, o diretor salienta que essa disponibilidade possibilita realizar “muitas coreografias longas e complicadas porque ele está comprometido com o processo de ensaio”.
Para a continuação, o realizador conta que percebeu que poderia mergulhar mais fundo na história do personagem especializado em resgates difíceis. “Vimos que, no primeiro, tínhamos uma ponta do iceberg de profundidade emocional para o personagem. E, para esse segundo, pensamos como poderíamos explorar esse mundo exterior que o tornou Rake o que ele é”.
Hemsworth explica que haviam trabalhado todo o passado do protagonista durante os ensaios do filme de 2020, o que deu a ele uma falsa impressão de que a história de vida já estava toda na tela. “Só a vemos em uma ou duas cenas. Portanto, foi uma grande oportunidade de dar ao público algo que havia apenas evidências, sobre culpa e sofrimento”, analisa.
Entendemos assim, segundo o ator, a razão de Tyler ter “construído aquele exterior duro, todas aquelas paredes ao seu redor, e se isolando daquela forma”. Essa linha é puxada quando ele é acionado, após quase morrer na última missão, pela ex-esposa para salvar a irmã e os filhos dela de um perigoso criminoso da Geórgia.