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Febre maculosa: quais são os sintomas e o tratamento da doença

Por G1

Carrapato-estrela, transmissor da bactéria causadora da Febre Maculosa. Foto: Prefeitura de Jundiaí

A morte de três pessoas por febre maculosa nos últimos dias chamou a atenção para os riscos da doença, transmitida por um carrapato.

A dentista Mariana Giordano (36 anos), o namorado dela, Douglas Costa (42), e uma jovem de 28 anos ficaram doentes após irem a uma mesma festa, que reuniu 3,5 mil pessoas em uma fazenda em Campinas.

A morte de uma adolescente de 16 anos que também esteve no evento e teve os mesmos sintomas está sob investigação.

Mas, afinal, quais são os sintomas da doença? Entenda este e os tópicos abaixo ao longo da reportagem:

A doença pode demorar até duas semanas para se manifestar após o contato inicial. Conforme o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são:

-Febre

-Dor de cabeça intensa

-Náuseas e vômitos

-Diarreia e dor abdominal

-Dor muscular constante

-Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés

-Gangrena nos dedos e orelhas

-Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando paragem respiratória

O ministério ressalta que, além dos sintomas acima, com a evolução da febre maculosa, é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.

Como ocorre a transmissão?

A febre maculosa é transmitida principalmente pelo carrapato-estrela, segundo o infectologista Marco Aurélio Cunha de Freitas, entrevistado pelo g1.

No entanto, a transmissão também pode ocorrer por meio de outro carrapato, desde que esteja infectado com uma bactéria chamada de Rickettsia Rickettsii e em uma região endêmica de febre maculosa (leia mais abaixo sobre áreas endêmicas).

A doença não é contagiosa, o que significa que ela não pode ser transmitida de uma pessoa para outra.

O médico diz que a transmissão ocorre geralmente entre 6 a 12 horas depois que o carrapato está na pessoa. Marco Aurélio ressalta que, além de tentar se proteger do parasita, deve se ter atenção redobrada ao chegar em casa e na hora do banho.

“Procurar o carrapato para tirar o mais rápido possível. Se tirar ele muito rápido, não tem perigo. Também tirar o carrapato da maneira correta, não puxar ele de uma forma que você vai fazer ele depositar todo material sanguíneo que ele chupou da gente, se não vai mais bactéria. Pegar ele pelo aparelho bucal dele com uma pinça, tirar e não ficar mexendo. Matar ele no álcool, jogar fora na privada e só.”

Como prevenir?

O infectologista explica que a pessoa pode seguir algumas orientações para evitar o contato com o carrapato quando estiver em um local de contágio, como fazer o uso de calças compridas.

“De preferência passar um elástico na calça para que o carrapato não entre. Usar roupa clara porque, se ele começar a subir em você, você identifica rápido. Depois que passou por aquela área, fazer a procura em você. Se tem carrapato, tirar ele logo. Quanto mais rápido tirar, menores são as chances da doença.”

Quais são as áreas onde a doença ocorre?

Existem no Brasil dois perfis ecoepidemiológicos associados às bactérias e eles se concentram no Sudeste e Sul, principalmente. Por isso, é raro o registro de caso/óbitos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Como é feito o tratamento?

O tratamento é realizado com antibiótico específico, segundo o Ministério da Saúde. Para isso, é necessário que se busque atendimento médico assim que surgirem os primeiros sintomas. Em alguns casos pode ser necessário internação.

A falta ou demora no tratamento da doença pode agravar o caso, levando à morte. E a recomendação para o uso do antibiótico é feita mesmo antes de sair o resultado do teste da doença.

Quantas pessoas morreram da doença no Brasil?

753 pessoas morreram por febre maculosa no Brasil entre os anos de 2012 e 2022. Os dados do Ministério da Saúde apontam que o país teve 2.157 casos confirmados ao longo de 10 anos, 36% deles registrados em São Paulo. Considerando apenas as mortes, municípios paulistas concentraram 62% do total (467 óbitos).

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