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França homenageia explorador morto em submarino que era chamado de ‘Doutor Titanic’

Por FOLHA DE S. PAULO, UOL

Paul-Henri Nargeolet posa dentro da exposição dedicada ao navio afundado Titanic, em Paris. - Joel Saget - 31.mai.13/AFP

As primeiras homenagens foram prestadas nesta sexta-feira (23) ao explorador francês de águas profundas Paul-Henri

 Nargeolet, que morreu quando tentava visitar os destroços do Titanic. O cientista era o homenageado de uma exposição em Paris, onde era aguardado. Especialista em mergulho de profundidade, o ex-submarinista tinha 77 anos e era conhecido como “Doutor Titanic”.

Apelidado de “Doutor Titanic” por ter visitado a área mais de 30 vezes, o oceanógrafo francês participou das primeiras expedições que, após a descoberta do naufrágio em 1985, trouxeram à tona os primeiros objetos da embarcação.

Esperava-se que ele participasse da inauguração de uma exposição dedicada ao navio na Porte de Versailles, em Paris, em 18 de julho, que contará com várias relíquias do naufrágio.

“Saudamos a paixão e a coragem desse extraordinário explorador e agradecemos a ele pelos sonhos e emoções que nos proporcionou”, disse Pascal Bernardin, organizador da mostra “Titanic, L’Exposition”.

Nascido em Haute-Savoie (região do leste francês fronteiriça com a Suíça), Nargeolet passou a primeira parte de sua carreira como oficial da marinha. Ele se tornou comandante do grupo de mergulhadores de Cherbourg, antes de se tornar piloto de submarino no Grupo de intervenção submarina da Marinha Francesa.

A virada em sua carreira ocorreu em 1986, quando se tornou chefe de submarinos de intervenção em águas profundas no Instituto Francês de Pesquisa para Exploração do Mar (Ifremer). Um ano antes, uma equipe liderada pelo cientista norte-americano Robert Ballard, em cooperação com o Ifremer, havia encontrado os destroços do Titanic.

Em 2022, para marcar o 110º aniversário do naufrágio do transatlântico, ele publicou o livro “Dans les profondeurs du Titanic” (Nas profundezas do Titanic, em português), com a editora HarperCollins France.

A editora também prestou homenagem nesta sexta-feira. “Estou profundamente triste por saber da morte de Paul-Henri no mar, ao lado dos outros quatro membros da expedição. Nós nos lembraremos dele como um homem apaixonado, caloroso e profundamente gentil, que era um incrível contador de histórias”, disse a gerente da editora, Emmanuelle Bucco-Cancès.

Perguntas sem resposta

A Guarda Costeira norte-americana declarou que ainda há muitas perguntas sem respostas sobre a implosão do submarino Titan, que matou as cinco pessoas que estavam a bordo. A embarcação turística fazia uma expedição no Atlântico Norte para visitar os destroços do navio Titanic, e desapareceu no domingo (18).

Apesar das questões levantadas, ainda não está confirmado se haverá uma investigação. De acordo com as autoridades norte-americanas, as equipes “estão focadas em documentar a cena, que deve ser analisada em uma revisão futura”.

A implosão ocorreu em razão da pressão externa do mar ter superado a de dentro do submarino. Mas o motivo pelo qual ocorreu neste momento é a grande interrogação, já que o veículo fez várias outras viagens.

Na noite de quinta-feira (22), veículos da imprensa norte-americana divulgaram que a Marinha dos EUA detectou um forte barulho, que poderia ser de uma implosão ou explosão nas proximidades de onde o submarino desapareceu, justamente no horário que ele perdeu comunicação, domingo pela manhã, cerca de 1h45min após o início da expedição.

O barulho foi captado usando dados de uma rede secreta de sensores subaquáticos projetados para rastrear submarinos hostis, de acordo com o jornal The New York Times.

Durante coletiva à imprensa, na tarde da quinta-feira, autoridades da Guarda Costeira dos EUA confirmaram que o submarino sofreu uma implosão, mas declararam que ainda seria muito cedo para dizer o momento exato e que não viam conexão entre os ruídos captados pelo sonar no início desta semana e o colapso.

Segundo a Marinha dos Estados Unidos, foram localizadas cinco peças principais que faziam parte do Titan por um robô controlado remotamente que foi fundamental para o trabalho de resgate. Esses destroços estão a 4 mil metros de profundidade, a cerca de 500 metros do Titanic.

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