O cantor Gilberto Gil abriu o jogo sobre a sua relação com as drogas. Em conversa com a revista Veja, onde comentou sobre religião, bissexualidade e o câncer da filha Preta Gil, o artista afirmou que “experimentou de tudo”, mas deixou claro que não faz mais uso de substâncias ilícitas.
Sobre a maconha, Gil relembrou quando foi condenado a um ano de prisão, em 1976, por porte da droga. Ele afirmou que “eventualmente pode dar um tapa”, mas não faz mais uso contínuo da substância
“Eventualmente posso dar um tapa. Usei de 1967 até 2010, mas deixei porque passou a me dar uma leve taquicardia. Antes, gostava de fumar para tocar, cantar, compor”, iniciou.
“Costumo dizer que dois tipos de música não teriam surgido sem a maconha, bossa nova e reggae. Eu tenho poucas canções feitas efetivamente após ter usado maconha. Uma delas é Abra o Olho: ‘Ele disse: abra o olho, caiu aquela gota de colírio’”, finalizou.
Gil ainda disse que nunca gostou de cocaína, mas afirmou que, durante seu exílio em Londres, usou ácidos e “tudo que uma viagem lisérgica propicia”:
“Durante o exílio em Londres, no pós-tropicalismo, tomei ácidos. Experimentei tudo que uma viagem lisérgica propicia — o surreal, o surrealismo e o cubismo. Esses experimentos me interessavam na época e se refletiam na atitude musical. Também era um elemento que ajudava na adaptação à vida fora e à atmosfera londrina.”
“Caetano [Veloso] sempre foi ‘Caretano’, nunca se interessou por essas viagens. Já Rita Lee era parecida comigo, apreciava essas experiências”, relembrou.