Medalha de 1,8 mil anos com rosto de Medusa é achada em antigo forte roman

Medalha militar de prata de quase 1,8 mil anos com a cabeça da Medusa

Em um forte romano construído no final do primeiro século d.C., arqueólogos descobriram uma medalha militar de 1,8 mil anos com o rosto de Medusa, uma mulher monstruosa retratada com cabelos de cobras na mitologia grega.

A condecoração de prata foi desenterrada em 6 de junho no sítio arqueológico inglês de Vindolanda, onde antes ficava o limite norte do Império Romano. A organização que lidera as escavações, a The Vindolanda Trust, divulgou a descoberta no Facebook no dia 8 de junho.

Medalha militar de prata de quase 1,8 mil anos com a cabeça da Medusa The Vindolanda Trust/Reprodução/Facebook

“Esta é uma phalera de prata [condecoração militar] representando a cabeça da Medusa”, diz a publicação. “A phalera foi descoberta no chão de um quartel, datando do período de ocupação de Adriano.”

Na era romana, a Medusa era vista como apotropaica; ou seja, acreditava-se que sua imagem “repelia o mal”. É isso o que explicou ao site Live Science John Pollini, professor de história da arte especializado em arte grega e romana da Universidade do Sul da Califórnia (Estados Unidos) que não esteve envolvido na descoberta da medalha.

“Desde os tempos gregos, este é um potente item apotropaico para afastar coisas ruins, para evitar que coisas ruins aconteçam com você”, disse Pollini.

A Medusa também aparece em outras phalerae da era romana, mas os detalhes da representação dela variam. A retratada na medalha recém-descoberta, por exemplo, tem asas na cabeça. “Isso provavelmente indica que ela tem a habilidade de voar, assim como [o deus romano] Mercúrio tem pequenas asas em seu capacete”, explica o especialista americano.

Os phalerae serviam para honrar os soldados em batalhas. Por isso, os guerreiros prendiam os objetos a tiras e os usavam durante desfiles locais, segundo Pollini. “Eventualmente, a maioria desses itens provavelmente foi derretida”, acrescenta.

Além disso, muitos phalerae são encontrados em enterros; mas o raro artefato de Vindolanda parece ter se perdido. “Ele não é algo que você jogaria fora”, disse o especialista.

A cabeça da Medusa cercada por serpentes também é vista em tumbas da era romana, mosaicos em vilas elegantes e armaduras de batalha. No famoso mosaico do século I de Alexandre, o Grande, de Pompeia, por exemplo, o soberano é retratado com o rosto da górgona em seu peitoral, segundo observou Pollini.

A Medusa é conhecida na mitologia grega por sua capacidade de transformar as pessoas em pedra com um simples olhar. Em um famoso mito descrito pelo Museu Metropolitano de Arte de Nova York, o herói grego Perseu decapitou a criatura enquanto ela dormia. Ele usou o escudo polido de Atena, deusa da sabedoria, para olhar indiretamente para a górgona, evitando ser petrificado.

A medalha de prata que retrata a vilã mitológica agora está em conservação no laboratório Vindolanda e fará parte de uma exposição de 2024 com outros achados do local.

 

PUBLICIDADE