Médico que arrematou viagem com Virginia é réu por explodir iate para receber seguro

Cirurgião plástico Wilian Pires teria forjado incêndio que destruiu um barco de luxo de 50 pés, para receber seguro por suposto acidente

Homem com mulheres

Reprodução

Denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e réu em uma ação penal que apura crimes graves investigados pela Polícia Civil do DF (PCDF), o cirurgião plástico Wilian Pires é um dos médicos que arrematou, pela bagatela de R$ 735 mil, uma viagem com Virginia Fonseca e a sogra da influenciadora, Poliana Rocha, na noite desta quinta-feira (22/06), durante o leilão beneficente de Neymar.

Wilian Pires foi um dos principais alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos no âmbito da Operação Navio Fantasma, desencadeada pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF) da PCDF, em 15 de dezembro de 2020. O médico, segundo as investigações, forjou o incêndio que destruiu um barco de luxo de 50 pés. A lancha foi incendiada, em 11 de dezembro de 2019, por volta das 20h, às margens do Lago Corumbá, em Caldas Novas (GO).

Willian Pires arrematou a viagem com os também médicos Thiago Paoliello e Guilherme Scheibel. “Milhares de crianças e famílias se beneficiarão com nossa contribuição, nossa atitude. A Virginia e a Poliana são referências de mulheres e empresárias para o mundo. E, quando doaram essa experiência no leilão, mostraram mais um pouco de quão humanas, caridosas e virtuosas elas são”, publicou o cirurgião nas redes sociais.

A operação

O cirurgião teria assinado o seguro do barco e se intitulou dono do bem. Em seguida, com ajuda de comparsas, simulou o incêndio para receber o dinheiro do seguro. Os valores chegariam a quase R$ 800 mil.

Os investigadores da DRF foram ao apartamento do médico, na 403 Norte, em Brasília, mas não o encontraram. À época, ele estaria em Goiânia, onde atendia pacientes interessados em passar por procedimentos estéticos.

Nas redes sociais, Wilian Pires se apresenta como especialista em lipoaspiração de alta definição, mamoplastia de aumento e faz questão de ostentar a rotina de luxo, com muitas viagens ao exterior.

Sempre na companhia de belas mulheres, o médico compartilhava com os seguidores passeios de barco, além de comemorações em restaurantes badalados da capital federal e em locais paradisíacos, como Fernando de Noronha (PE).

Indiciamento

A Operação Navio Fantasma desarticulou uma quadrilha especializada em forjar acidentes automobilísticos e receber altos valores pagos pelas seguradoras. O médico acabou indiciado por estelionato e associação criminosa.

Metrópoles apurou que a participação de Wilian Pires estaria restrita à explosão da lancha e não teria ligação com os golpes que envolviam veículos de luxo. À época, a reportagem procurou o cirurgião para comentar o caso, mas ele não respondeu aos questionamentos.

A força-tarefa cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, nas seguintes regiões administrativas do DF: Lago Sul, Asa Norte, Vicente Pires, Taguatinga, Guará, Águas Claras e Núcleo Bandeirante. Os investigados agiram nos dois anos anteriores à operação, segundo as diligências da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri), e forjaram dezenas de acidentes com carros de luxo, como BMW, Porsche, entre outros. Ao todo, o grupo destruiu 10 veículos.

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As apurações da DRF revelaram que os acidentes forjados ocorreram no Setor de Clubes Esportivos Sul (SCES), em Brasília, e na DF-140, próximo ao Complexo Penitenciário da Papuda, sempre durante a madrugada. Em todos, houve choque proposital da coluna central dos veículos, dano estrutural que leva, necessariamente, à perda total.

 

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