O Grupo Txana Ury recebeu a realização de uma oficina de confecção de tambores artesanais utilizando elementos naturais como bambu e cabaça na aldeia Huni Kuin do Caucho, às margens do rio Muru, em Tarauacá/AC. A oficina foi ministrada pelo músico, pesquisador e artista visual Alexandre Anselmo como oficineiro e contou com o suporte das lideranças indígenas Cacique Nui e Pajé Ika Muru.
Durante os dias 27 a 29 de maio, os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre a arte tradicional de fazer tambores com materiais naturais. Alexandre Anselmo compartilhou seu conhecimento e guiou os participantes no processo de seleção de materiais, moldagem, montagem das peles e tambores, além de atividades de prática musical e instruções sobre afinação de djembês – instrumento de origem africana largamente encontrado entre as aldeias acreanas.
O artesão Sineldo Huni Kuin, participante da oficina, observou: “Tenho lembranças entre os anos 80 e 90 de meu tio que produzia tambores muito parecidos com estes, feitos de Jaracatiá e couro de cotia. Fico muito grato em participar, aprender e praticar esta arte. Embora os tambores que ele produzia fossem diferentes desses que confeccionamos durante a oficina a atividade me incentiva a resgatar esses saberes e memórias, atualmente ninguém mais faz tambores como ele fazia.”
A produção de tambores não apenas preserva tradições culturais, mas também estimula o desenvolvimento da economia criativa uma vez que a comercialização desses instrumentos únicos pode gerar renda para as comunidades envolvidas, criando oportunidades de negócios sustentáveis e fortalecendo a economia local.
“Através da confecção dos tambores, os participantes puderam se reconectar com suas raízes e reafirmar a importância das tradições indígenas na construção de uma sociedade mais diversa e rica em cultura”, ressaltou Alexandre Anselmo. “Além disso, a oficina foi um espaço de troca de conhecimentos e saberes, onde todos puderam aprender e contribuir mutuamente”.
Além da comunidade indígena e suas lideranças, Rafael Batista, agente de comunicação e produtor artístico do Baquemirim e Evair Silva, auxiliar de logística, atuaram na organização e realizção da oficina.
Sobre o Baquemirim
Filial do Instituto Nova Era de Desenvolvimento Socioambiental no Estado do Acre, a iniciativa teve início no ano de 2007 a partir de atividades com Antônio Pedro, Mestre de Saberes Tradicionais acreano. A partir do ano de 2019 o trabalho passa a ser constituído como uma organização da sociedade civil, em sua trajetória vem realizando atividades culturais, produções fonográficas e audiovisuais e tem como objetivo contribuir para a salvaguarda do patrimônio artístico imaterial e material da cultura acreana e Amazônia Sul Ocidental.
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