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Pimenta: aliança entre as famílias Cameli e Bestene junta as forças políticas do Alto Acre ao Juruá

Por Redação ContilNet

Liguem para o Alysson!

O mastro bugou! Comentou uma mocinha, quando o motor travou, frustrando a troca da bandeira na cerimônia de comemoração dos 61 anos do Acre nesta quinta-feira (15). Enquanto os servidores do cerimonial corriam para corrigir a falha, os olhos do governador Gladson Cameli buscavam seu secretário que costuma resolver tudo, Alysson Bestene, chefe da Secretaria de Governo (Segov). Precisa de um cara responsável para encarar uma peste mortal? Chame o Alysson! Precisa de um coordenador de campanha eleitoral? A Expoacre precisa de uma organização eficiente? Assim o ex-vereador e ex-secretário estadual de Saúde foi demarcando espaço na gestão e quase se tornou candidato a vice-governador no ano passado. Hoje Alysson espera o apoio de Gladson para disputar a Prefeitura de Rio Branco em 2024.

Gladson e Alysson Bestene/Foto: Reprodução

Transição

A força do cirurgião dentista e professor universitário, Alysson Bestene, ficou evidente quando foi nomeado por Gladson para descomplicar a gestão da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) e o que deveria ser apenas uma missão burocrática acabou virando uma guerra contra a pandemia mais mortal da história contemporânea. Além da periculosidade da Covid, Gladson e Alysson tiveram que enfrentar os negacionistas influenciados por Bolsonaro e a campanha antivacina até dentro de igrejas. Ao fim e ao cabo, Gladson e Alysson seguiram a cartilha da ciência, o governador decretou o estado de isolamento social, parte do setor produtivo protestou, achou exagero; a extrema direita esperneou, mas quando perceberam o tamanho da mortandade, todos concordaram que o governo acertou.

3G

Gladson e Alysson são herdeiros da terceira geração de políticos com origem sírio-libanesa que vieram para o Acre no início do século 20. Enquanto os nordestinos vinham para fugir da seca, os árabes escapavam do domínio do Império Otamano com passaportes turcos e assim ficaram conhecidos na época. Bestene, Cameli, Murad, Farhat, Kalume, Beiruth, Kouri, Khoury, Assem, Hassem, Saadi, Saad, Saab, Jorge, são algumas das tradicionais famílias de imigrantes que participaram da colonização do Acre junto aos nordestinos. Os Bestene fincaram raízes em Brasileia, no Alto Rio Acre, onde nasceu José Bestene, há 71 anos. O navio dos Cameli foi mais longe, pelo Juruá, até o Seringal Belo Horizonte, em Porto Walter, de onde o patriarca Marmud Cameli iniciou a prole que estreou na política em 1992, com a eleição de Orleir a prefeito de Cruzeiro do Sul.

Felix

Os Bestene entraram mais cedo para a política elegendo o médico Félix (PDS) para a Aleac por dois mandatos entre 1979 e 1986. Félix, que hoje dá nome ao auditório da Casa, vem a ser tio de José, ex-deputado por cinco legislaturas, ex-secretário estadual de Saúde e hoje presidente do Saneacre (Serviço de Água e Esgoto do Acre). Em 1988, com a vitória de Jorge Kalume para a Prefeitura da Capital, José Bestene foi nomeado para a Secretaria de Finanças e a carreira política deslanchou, chegando a presidente da Aleac. Sua irmã, Nabiha Bestene, foi vereadora de Rio Branco entre 1989 e 1992. Professora universitária aposentada, também foi secretária estadual de apoio aos municípios do Acre na gestão Romildo Magalhães, entre 1993 e 1994 e diretora da Eletroacre entre 1995 e 1997. Nabiha também foi delegada regional do Trabalho entre 2001 e 2003 e hoje é secretária municipal de Educação.

Vice

Nas eleições de 2022, Alysson Bestene chegou a ser cotado para ser vice de Gladson Cameli, mas acabou preterido na articulação entre os partidos da base do governador para acomodar a senadora Mailza Assis (PP), em fim de mandato. Na ocasião, Alysson chegou a pedir exoneração do cargo que ocupava na Segov para disputar as eleições, o que acabou não acontecendo nem mesmo para a Câmara Federal, que seria sua segunda opção. “Posso concorrer a uma vaga na Câmara e, desde já, me coloco à disposição do Governador para a vaga de vice. Não está definido e a decisão final vem dele, como sempre. Estou disponível para trabalhar pelo povo com Gladson, seja na Câmara ou como vice”, disse na ocasião.

Alianças

Prestes a completar 48 anos, no próximo 24 de junho, dia de São João, Alysson Bestene já foi candidato a vice-prefeito de Tião Bocalom, ambos pelo PSDB, em 2012. Na ocasião, perderam a eleição para o petista Marcus Alexandre numa disputa acirrada, só decidida num segundo turno, quando o PT ainda detinha a hegemonia política no Acre. Na atual conjuntura, caso receba a benção do governador Gladson Cameli, Alysson terá de enfrentar Marcus Alexandre e toda uma aliança em torno do ex-petista que vem sendo articulada pelo MDB de Flaviano Melo e pelo PSD de Sérgio Petecão. E enfrentar, também, o próprio Bocalom, que até o momento não desistiu do partido e nem da reeleição.

Impostos

Por sua vez, outro herdeiro político dos Bestene, Samir Bestene (PP), fez um contundente pronunciamento na Câmara Municipal em torno do projeto de reforma tributária que está sendo debatido na Câmara Federal. De acordo com ele, o Brasil possui 92 espécies de tributos entre impostos federais, estaduais e municipais, taxas e contribuições. “Somos o país com maior quantidade de tributos. Ganhamos da Bolívia e Venezuela e de vários outros países”, comparou ele, para justificar a necessidade da reforma. Mas, o vereador discorda da fixação do imposto único de 25% em substituição ao IPI e outros tributos que compõem a arrecadação municipal. Segundo Samir, a medida vai penalizar o setor de serviços.

Pobres

No entendimento do vereador Samir Bestene, que também é empresário do setor de alimentação, o debate sobre a Reforma Tributária deve envolver mais a bancada federal acreana e, também, os vereadores, pois é a população mais pobre que está sendo ameaçada pelo imposto único. “Grande parte dos tributos cai sobre a produção e o consumo. E quando a gente fala de consumo, a gente atinge a classe mais baixa”, observou Samir. “Hoje, mais de 40% dos tributos que existem no Brasil são ligados ao consumo e 20% às rendas de cada cidadão, ou seja, prejudica aquelas pessoas que têm menos poder aquisitivo. Precisamos pensar nisso e debater esse tema também aqui nesta Casa porque é importante”, argumentou Samir.

Pré-natal

O senador Sérgio Petecão (PSD) comemorou, nesta quinta-feira (15), a sanção da lei 14.598 de 2023, que garante a realização de ecocardiograma fetal e ultrassonografia para todas as gestantes, durante o pré-natal, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Petecão destacou que foi o relator da matéria na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e apresentou parecer favorável à aprovação do projeto, por entender o alcance social da matéria. Para o senador, a medida terá um forte impacto social, principalmente junto à população de baixa renda, a que mais carece de assistência à saúde. Acrescentou que a matéria contribuirá, tanto para a diminuição da mortalidade infantil, por meio da detecção precoce de gravidez de alto risco, quanto para a preservação da saúde, não só dos bebês, mas também das mães.

ONGs

Relator da CPI das Ongs no Senado, Márcio Bittar (União) considera que o tema é uma questão de Estado, e não de governo, e precisa ser tratado com seriedade, compromisso e espírito público. “Entre os assuntos a serem abordados pelo colegiado está a soberania da Amazônia. Estamos falando de um território que é mais da metade do Brasil. Tem muita riqueza naquela região e não podem pairar dúvidas, como as que eu tenho, de que parte da nossa soberania sobre a Amazônia já não nos pertente”, frisou. Bittar disse que a CPI também poderá achar uma resposta sobre os motivos que fazem da região Amazônia, apesar de toda a sua riqueza natural, ser uma das mais pobres do Brasil. “Nosso trabalho na CPI das ONGs será pautado nisso, porque a abundância de recursos naturais na Amazônia é solução e não problema”, afirma.

Educação privada

Vice-presidente da Frente Parlamentar da Inclusão e da Qualidade da Educação, a deputada federal Socorro Neri (PP) está defendendo que o setor seja contemplado com tributos generosos na reforma tributária em discussão no Congresso. De acordo com ela, a educação privada é responsável por 77% das matrículas de curso superior no Brasil e atende às camadas C, D e E tanto do ensino superior como na educação básica. “Que precisa na reforma tributária ser recebido e acolhido com o devido cuidado e o devido respeito que tem o setor que conseguiu avançar a taxa de escolarização líquida do país e que tem tudo para contribuir para que o país siga ampliando as ofertas de oportunidades educacionais de modo a alcançar as metas do Plano Nacional de Educação. De acordo com Socorro Neri, um aumento das mensalidades escolares e o fim do Pro Uni estão entre as diversas consequências que a Reforma Tributária pode trazer para a Educação Particular, caso haja aumento de impostos.

Alta

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, recebeu alta no fim da manhã desta quinta-feira (15/6), após quatro dias internada no Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), em São Paulo. Segundo boletim médico, a chefe da pasta deu entrada na unidade de saúde na última segunda-feira (12/6), por conta de fortes dores na coluna. Depois, ela passou por exames laboratoriais. “No dia 12 de junho, a Sra. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, retornou ao hospital devido a fortes dores na coluna. A paciente passou por avaliação e exames, após quadro de infecção por Covid-19 sem complicações, registrado em maio deste ano. A alta médica foi confirmada no final desta manhã”, diz a nota do hospital.

Motoboys

O senador Alan Rick (União) faz um golaço quando propõe a inclusão de motocicletas e motonetas no texto da Medida Provisória 1175/2023, que dispõe sobre mecanismo de desconto patrocinado na aquisição de veículos sustentáveis, a chamada MP dos Carros Populares. “Aqueles que mais deveriam receber incentivos do Estado ficaram de fora dessa Medida do Governo. Enquanto os carros ditos populares têm preços que começam em cerca de R$ 70 mil, os veículos de duas rodas mais baratos estão na faixa de R$ 11 mil. E são esses que estão ao alcance de trabalhadores como entregadores e motoboys, que, sem um veículo, não poderiam ganhar seu dinheiro”, argumentou ele. Sua proposta é de descontos variando de R$ 1 mil a R$ 3 mil conforme o modelo da motocicleta.

Cacimba

Segundo uma lenda política rio-branquense, na capital do Acre dá mais votos a falta de água do que a abundância dela. Isso porque um conhecido empresário do setor de envasamento de água mineral teria sido eleito deputado estadual distribuindo o preciso líquido na campanha de 2002. A um ano da campanha municipal de 2024, Rio Branco enfrenta mais uma de suas infindáveis crises de abastecimento com o rompimento de uma adutora. Nesta quinta-feira (15) o prefeito Tião Bocalom pediu desculpas para a população e lembrou que este problema não é de sua gestão, pois vem de 20 anos atrás. Mas ele poderia colocar aí muito mais tempo, e retroceder à época em que o Palácio Rio Branco era abastecido pela água do Cacimbão da Capoeira. “Nossa equipe guerreira trabalhou duas noites lá no frio, conseguiram um quebra galho, mas isso não vai durar então estamos contratando essa empresa de São Paulo que faz esse trabalho pra resolver”, explicou o prefeito. O reparo da adutora será concluído apenas na segunda-feira, dia 19, segundo o presidente do Saerb, Enoque Pereira.

Cúpula

O governador Gladson Cameli participou na manhã desta sexta-feira, 16, em Cuiabá (MT), do 25º Fórum de Governadores da Amazônia Legal e Convocação para 2ª Reunião Ordinária do Conselho da Administração, promovido pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal. O evento foi idealizado para discutir temas comuns relacionados à área ambiental e de direitos humanos. O principal objetivo é levar as conclusões acordadas durante a cúpula para a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), em setembro desde ano.

Pauta

Os crimes transfronteiriços, a vulnerabilidade dos povos indígenas, proteção e monitoramento de fauna e flora, crise climática, geração de emprego e renda, gestão de recursos hídricos, geração de energia renovável e exploração de petróleo e gás são as possíveis pautas que vão ser debatidas durante a cúpula da Amazônia. Em seu discurso no evento, o governador Gladson Cameli observou que é necessário fortalecer o Fórum para que os estados, juntos, possam vencer os desafios da região. “No Acre, o Grupo Especial de Operações em Fronteira tem realizado um trabalho fundamental na segurança pública. Mas, ainda precisamos de investimentos e tecnologia para cuidar da nossa fronteira. O Plano do Acre 10 anos, por exemplo, é um avanço muito grande que criamos nessa gestão, e que vai dar um norte aos próximos gestores no meu estado”, frisou o governador.

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