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Quadro anterior de dengue pode piorar efeitos do zika em gestantes

Por METRÓPOLES

Joao Paulo Burini/ Getty Images

Pesquisadores dos centros de pesquisa americanos Trudeau Institute e Texas Biomedic Research Institute descobriram que o vírus da dengue e do zika podem estar interligados e influenciar a gravidade da infecção em gestantes. O vírus do zika está relacionado a casos de bebês que nascem com microcefalia.

O estudo foi publicado no início de junho na revista científica Science Translational Medicine. Segundo os cientistas, macacos saguis fêmeas que estavam grávidas e tinham sido infectadas pelo vírus da dengue antes de ter contato com o zika passaram uma quantidade 100 mil vezes maior de vírus para o feto do que as que não tiveram a doença em outro momento.

“Acreditamos que o vírus do zika tem a habilidade de explorar os mecanismos de defesa do sistema imunológico. Isso provavelmente permite que o vírus atravesse a placenta, que normalmente age como uma barreira de imunidade entre a mãe e o feto, levando à disrupção do desenvolvimento neuronal fetal”, explica a imunologista In-Jeong Kim, uma das autoras do estudo, em entrevista ao site do Texas Biomedic Research Institute.

Os pesquisadores acreditam que o zika usa os anticorpos criados pelo organismo humano contra a dengue para entrar nas células e se replicar.

O fenômeno é conhecido como infecção aumentada dependente de anticorpos. Na pesquisa para descobrir quais células de defesa poderiam ajudar o zika, os cientistas chegaram nas criadas para lutar contra a dengue — os dois vírus são semelhantes e disseminados pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti.

Um estudo anterior, publicado em agosto de 2020, já tinha feito a associação contrária: pacientes que tiveram zika anteriormente são mais suscetíveis a desenvolver quadros graves de dengue.

“Nossa descoberta sugere que ter anticorpos para ajudar a lutar contra um vírus pode, na verdade, agravar os efeitos de outro vírus completamente diferente”, explica a patologista Jean Patterson, que também faz parte do estudo.

Ela lembra que o levantamento foi feito com apenas um número pequeno de animais e ainda é necessário continuar investigando para descobrir se os achados também são verdadeiros para humanos. O objetivo dos pesquisadores é gerar informação suficiente para o desenvolvimento de vacinas mais eficazes e estratégias terapêuticas que possam proteger gestantes dos efeitos do zika durante a gravidez.

Ela lembra que o levantamento foi feito com apenas um número pequeno de animais e ainda é necessário continuar investigando para descobrir se os achados também são verdadeiros para humanos. O objetivo dos pesquisadores é gerar informação suficiente para o desenvolvimento de vacinas mais eficazes e estratégias terapêuticas que possam proteger gestantes dos efeitos do zika durante a gravidez.
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