Rede privada deve oferecer nova vacina contra dengue a partir de julho

Cada dose deve custar mais de R$ 300; incorporação ao SUS será avaliada

Mosquitos Aedes aegypt em uma pesquisa para avaliar efeito de uma bactéria contra a disseminação da dengue e chikungunya

Mosquitos Aedes aegypt em uma pesquisa para avaliar efeito de uma bactéria contra a disseminação da dengue e chikungunya – Divulgação/World Mosquito Prog

vacina Qdenga, fabricada pela Takeda e utilizada para prevenção da dengue, deve estar disponível para compra a partir de julho em diferentes regiões do país. Na rede pública, ainda não existe uma previsão, mas o Ministério da Saúde disse que o produto deve ser avaliado para averiguar se deve ou não ser incorporado ao SUS.

Eduardo Almeida, diretor de acesso estratégico e relações públicas da Takeda, explica que a empresa conta com parceiros em todo o Brasil para distribuir o produto em clínicas privadas. “Nós temos parceiros distribuidores que fazem essa distribuição. Esses distribuidores é que tem a capilaridade e […] eles farão essa distribuição pelo Brasil.”

Por outro lado, é difícil definir agora quantas doses serão direcionadas para cada região, mas a expectativa é que a distribuição aumente com o passar do tempo. “Ao longo dos próximos meses, quando vai ter a parte mais endêmica da doença, a gente continua essa distribuição no mercado privado”, afirma Almeida.

Cada dose da vacina custará ao consumidor final R$ 301,27 nos estados do Brasil onde a incidência do ICMS é de 0%. Em São Paulo, o custo será de R$ 379,40, já que o imposto na região é na ordem de 18%, mas em outras localidades pode chegar até R$ 402,50.

O valor foi definido pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão que controla os preços de fármacos e regula esse mercado, e publicado no início de junho.

Mas algumas clínicas podem embutir no valor alguns serviços que acarretam o aumento de preço cobrado ao consumidor. Por exemplo, pode haver a cobrança da aplicação da vacina.

No grupo Dasa, a expectativa é de que a vacina esteja disponível até o começo de julho. A rede atende 12 estados do país: Rio de JaneiroSão PauloMinas GeraisBahia, Ceará, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O Distrito Federal também faz parte do rol servido pelas marcas do grupo, que inclui Lavoisier e Oswaldo Cruz.

Por enquanto, a Dasa não divulgou quanto será o custo da vacina considerando os valores extras que podem ser adicionados ao preço final.

O Grupo Fleury também disse à reportagem que a comercialização da nova vacina será iniciada em julho, mas não respondeu à pergunta dos custos adicionais que podem incidir no produto.

Já o Grupo DPSP, que inclui as drograrias Pacheco e São Paulo, informou que pretende disponibilizar a vacina nas farmácias que dispõem no serviço de vacinação. A expectativa é que as aplicações devem começar no primeiro trimestre de julho.

Sobre preço, o grupo afirma que, considerando os custos de aplicação, descontos da rede e o preço máximo definido pela Cmed, a dose deve custar entre R$ 300 e R$ 400;

NO SUS

A vacina em um primeiro momento estará disponível somente na rede privada. Para ser disponibilizado no SUS, é necessário que ele passe antes pela avaliação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).

O Ministério da Saúde afirmou à Folha que, com a definição do preço pela Cmed, espera-se que a Conitec analise o produto. “Aspectos como eficácia, efetividade, segurança e impacto econômico da nova tecnologia [são avaliados] com base nas melhores evidências científicas disponíveis”, continuou a pasta.

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