ContilNet Notícias

Sociólogo associa assassinos de Dom Bruno aos de Chico Mendes em entrevista à Agência Brasil

Por Suene Almeida, ContilNet

O jornalista e sociólogo Lúcio Flávio Pinto, criador do Jornal Pessoal, associou em entrevista à Agência Brasil, os assassinos do Jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira aos assassinos do ativista ambiental Chico Mendes.

Jornalista e sociólogo Lúcio Flávio Pinto – Foto: Reprodução

Segundo o jornalista, os acusados pelo assassinato de Dom e Bruno demonstram ter a mesma mentalidade dos matadores do líder seringueiro e Chico Mendes, que morreu ao ser atingido com um tiro de espingarda em 1988, em Xapuri:

Dom Phillips e Bruno Pereira – Imagem: Reprodução

“Os caras que mataram o Dom lá no Vale do Javari demonstram ter a mesma mentalidade daqueles que assassinaram o Chico Mendes em Xapuri. Para os assassinos do Chico Mendes, ele era só um chato que os impedia de derrubar árvores e de expandir o pasto. Então, eles o mataram, contando com impunidade”, disse.

Líder seringueiro Chico Mendes – Foto: Reprodução

Lúcio citou, ainda, a morte do padre João Bosco Penido, baleado na nuca por um policial em outubro de 1976 quando defendia duas mulheres que eram torturadas em uma delegacia de Ribeirão Cascalheira (MT), em plena ditadura militar.

“Matam bestamente, sem refletir, da mesma forma como o policial que matou o padre Burnier com um tiro na nuca, em uma delegacia de Ribeirão Cascalheira, Mato Grosso”, destacou.

O jornalista falou ainda sobre os principais desafios da cobertura jornalística na Amazônia. “Hoje, a meu ver, as matérias contêm muito menos informação. Em parte porque a insegurança do jornalista é visível. Eu mesmo já fui ameaçado de morte, agredido, processado, mas estou certo de que se fosse repetir o que fiz entre 1970 e 1990, não estaria vivo. E há também os fatores econômicos. Para dar conta da realidade, o jornalista tem que viajar muito. E viajar pela Amazônia é caro”.

De acordo com o socialista, mesmo com as facilidades criadas pelas modernas ferramentas de comunicação, o que garante a força do jornalismo é estar no local dos fatos, na hora em que eles acontecem e o fato é cada vez mais difícil.

Sair da versão mobile