SRAG: Sesacre não descarta risco de superlotação dos hospitais e pede cuidado com crianças

A possibilidade de adiantar as férias escolares é um dos pontos da discussão

Em entrevista exclusiva concedida ao ContilNet, nesta quinta-feira (29), o secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, falou sobre o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todo o Estado, com base nos dados levantados pela Sesacre e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“A curva que aponta para o número de casos em todo o Acre está em ascensão, é o que mostram os dados da Fiocruz, especificamente. É um período que nos coloca em alerta e diante da necessidade de tomar alguns cuidados”, informou o médico.

Secretário de Saúde, Pedro Pascoal/Foto: Reprodução

Pascoal disse ainda que tem feito conversas informais com o secretário de Educação, Aberson Carvalho, para discutir medidas que possam evitar o adoecimento em massa dos estudantes das escolas públicas do Acre. Crianças fazem parte do público mais afetado pela SRAG – o que tem ocasionado o aumento na ocupação de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e enfermarias.

A possibilidade de adiantar as férias escolares é um dos pontos da discussão.

“Ainda estamos em discussões informais. Não há nada formalizado e nenhum documento tratando dessas medidas, mas o fato é que nós estamos nos mobilizando para proteger nossas crianças e garantir que nossa Saúde não sofra o que enfrentamos na pandemia da Covid-19. Adiantar as férias é uma possibilidade, mas ainda estamos verificando isso”, continuou.

Durante a entrevista, o secretário fez um apelo aos pais de alunos:

“O momento requer um cuidado básico: não mandem os filhos de vocês com esses problemas ou viroses de ordem respiratória para a escola, porque outras crianças podem ser infectadas e, com isso, comprometer o nosso sistema de saúde. Cuidem das nossas crianças, em casa, observando as orientações médicas, para que, depois, possam retornar, no tempo correto, à sala de aula”.

A SRAG abrange casos de síndrome gripal (SG) que evoluem com comprometimento da função respiratória que, na maioria dos casos, leva à hospitalização, sem outra causa específica. As causas podem ser vírus respiratórios, dentre os quais predominam os da Influenza do tipo A e B, Vírus Sincicial Respiratório, SARS-COV-2, bactérias, fungos e outros agentes.

O Estado dispõe de duas unidades intensivas de tratamento (UTI), com 22 leitos, no total. Até a tarde desta quinta-feira, estas apresentaram 90% de ocupação. As enfermarias estão com 36% das vagas ocupadas.

Pedro afirmou que a Sesacre está trabalhando para ampliar as vagas, devendo construir em Brasiléia, na região do Alto Acre, alguns leitos de suporte ventilatório para desafogar as demais unidades de referência.

Questionado sobre o risco de uma superlotação dos hospital, Pascoal não descartou a possibilidade.

“Não está descartado esse risco de enfrentarmos uma superlotação das unidades de Saúde, por isso, todo cuidado é pouco e deve ser redobrado”, finalizou.

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