Dados disponibilizados pela plataforma DATASUS, do Ministério da Saúde (MS), revelam que em 20 anos o Acre teve um total de 226 mortes em decorrência da hepatite crônica.
As inflamações do fígado conhecidas como hepatites são doenças passíveis de diagnóstico, podendo ser prevenidas com vacina (tipo B), e diferentes subtipos podem ser tratados com possibilidade de cura.
Em todo o Brasil, nos últimos 20 anos, foram registradas 49.831 mortes por hepatites. Já a Região Norte ficou acima da média para hepatite A, hepatite B, outras hepatites e hepatite não especificada, com destaque para os estados do Acre e do Amazonas, que registraram as taxas mais altas do país.
Do total de registros de mortes por hepatite crônica em todo o Acre, somente Rio Branco concentrou quase 47% do percentual total, registrando 98 mortes pela doença.
O que é a hepatite crônica viral?
É um processo infeccioso e inflamatório causado pelo vírus C da hepatite e que pode se manifestar na forma aguda ou crônica, sendo esta segunda a forma mais comum. A hepatite crônica pelo HCV é uma doença de caráter silencioso que evolui sorrateiramente e se caracteriza por um processo inflamatório persistente no fígado. Aproximadamente 60% a 85% dos casos se tronam crônicos e, em média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo.
Formas de transmissão
Contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas (cachimbos);
Reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos;
Falha de esterilização de equipamentos de manicure;
Reutilização de material para realização de tatuagem;
Procedimentos invasivos (ex: hemodiálise, cirurgias, transfusão) em os devidos cuidados de biossegurança;
Uso de sangue e seus derivados contaminados;
Relações sexuais sem o uso de preservativos (menos comum);
Transmissão de mãe para o filho durante a gestação ou parto (menos comum).
Tratamento
O tratamento da hepatite C é feito com os chamados antivirais de ação direta (DAA), que apresentam taxas de cura de mais 95% e são realizados, geralmente, por 8 ou 12 semanas. Os DAA revolucionaram o tratamento da hepatite C, e possibilitam a eliminação da infecção.
Todas as pessoas com infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) podem receber o tratamento pelo SUS. O médico, tanto da rede pública quanto suplementar, poderá prescrever o tratamento seguindo as orientações do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções. Pacientes em fase inicial da infecção podem ser tratados nas unidades básicas de saúde, sem a necessidade de consulta na rede especializada para dar início ao tratamento.