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Agentes temem se deparar com maior carnificina da história do Acre após rebelião

Por Ithamar Souza, ContilNet

A reportagem teve acesso a uma parte das negociações durante a tarde e a noite de quarta-feira (26), no Presídio Antônio de Amaro Alves, e viu a aflição após a rebelião.

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O detento, que é líder do Comando Vermelho, Railan Silva dos Santos, 31 anos, tentava ganhar tempo para se manter no controle do presídio. Os presos estavam armados com fuzis, pistolas, revólveres, uma espingarda calibre 12, bombas de gás e outros artefatos que são usados em distúrbios coletivos.

As negociações foram feitas por um rádio comunicador e os detentos acompanharam a movimentação dos policiais por meio das câmeras do presídio. Todos os pavilhões, sala administrativa e refeitório estavam no comando dos faccionados, que fizeram várias exigências, como a presença da imprensa, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outras garantias, mesmo assim, eles não se renderam.

Já se aproxima das 24h de rebelião, uma das mais longas do Acre e com a possibilidade haver o maior número de mortos até agora. Os corpos já devem começar a entrar em estado de decomposição e liberar um odor naturalmente. As negociações passam a ficar mais tensas, pois os presos, após se renderem, serão levados para a DEIC (Delegacia de Investigação Criminal) para serem interrogados.

A expectativa é de que até o fim da rebelião, os corpos sejam retirados devagar após perícia nas celas, onde as vítimas foram executadas e em alguns casos podem ter sido “metralhadas” sem chance de defesa. A expectativa das forças de segurança do estado é de que, ao entrarem dentro do presídio, possam encontrar uma verdadeira carnificina.

Mesmo com as negociações cessadas desde a noite de quarta-feira (26), presos continuam no interior do prédio até as 9h desta quinta-feira e as negociações devem avançar durante todo o dia.

Os presos estão tendo acesso a televisão, telefone, celulares e ar-condicionado dentro do presídio.

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