A crescente tendência de virtualização do mundo tem se tornado cada vez mais preocupante, uma vez que diversos dados restritos de pessoas e empresas estão sendo transferidos para softwares de acesso remoto ou local.
Isso abre espaço para o desenvolvimento de vírus que atacam esses sistemas em busca de informações valiosas, como tem acontecido frequentemente.
Sem dúvida, os dados bancários são alguns dos mais importantes para a sociedade, por isso se tornam os maiores alvos de ataques hackers.
A preocupação se intensifica com os recentes dados que revelam o vírus bancário Qbot como a maior ameaça aos sistemas do mundo inteiro neste ano, especialmente aos brasileiros.
Vírus Qbot se torna a maior ameaça global aos dados bancários
De acordo com uma pesquisa realizada e divulgada pela Check Point Software, uma consolidada empresa israelense que atua na área de cibersegurança, o Qbot é, atualmente, o malware de maior incidência em todo o mundo, apresentando no Brasil uma taxa elevada, isto é, maior que o dobro da média mundial.
O vírus, criado em 2008, propaga-se por diversos meios, especialmente em e-mails de spam com arquivos anexados. Ele tem como foco o roubo de dados bancários, mas pode intensificar-se para ataques mais severos, como roubo de senhas e ransomware, quando há exigências de pagamentos para impedir a divulgação de determinadas informações.
No ranking de malwares realizado pela empresa responsável pela pesquisa, apenas em junho, 14,7% de todos os ataques aos brasileiros partiram do Qbot. A média mundial de ataques, apesar de ser a mais alta, é de 6,6%. Vale ressaltar que o Brasil aumentou seus números em 5% desde o mês anterior.
Ranking de malwares e a vulnerabilidade do Brasil
Além do Qbot, a lista que apresenta os maiores riscos aos softwares do mundo destaca o AgentTesla e o XMRig como os mais incidentes no Brasil, com 4,47% e 4,22% de casos, respectivamente. Ambos apresentam uma taxa com quase o dobro da média mundial, que é de 2,39% e 2,43%, respectivamente.
Isso demonstra claramente a vulnerabilidade e um possível atraso tecnológico do Brasil em relação aos países mais desenvolvidos. Além disso, é uma preocupação para os setores de educação, saúde, transporte e pesquisa, que são os mais afetados no país.
Smartphones também estão em risco
Não é apenas o Qbot que se tornou um inimigo do sossego virtual. Embora seja a maior ameaça aos sistemas Windows, o SpinOk, também citado na pesquisa da Check Point, difundiu-se entre os usuários de Android, com mais de 421 milhões de downloads em junho.
O vírus acomete cerca de 3,27% do total de casos no Brasil, enquanto a média mundial é de apenas 0,86%. Ele interage com os sistemas, escondendo-se em mais de 100 aplicativos disponíveis na Google Play Store, e mantém os usuários ativos enquanto rouba os dados deles.
O software MOVEit também se mostra preocupante no cenário mundial, de acordo com a pesquisa. Isso porque, embora no Brasil haja poucos casos de invasão, o vírus se tornou invasor de grandes empresas como BCC e Shell.