André Valadão pode ser extraditado e impedido de pregar, diz advogada

O pastor insinuou que os fiéis deveriam matar membros da comunidade LGBTQIA+

O procurador regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal no Acre, Lucas Costa, foi o responsável por acatar o pedido de investigação civil contra o pastor evangélico André Valadão pelo crime de homotransfobia.

Procurador Lucas Costa e André Valadão/Reprodução

O pastor foi denunciado por um culto feito pelo líder religioso em junho, chamado “Deus odeia o orgulho”.

VEJA MAIS: Procurador do Acre é autor de denúncia que investigará André Valadão por homotransfobia

Na pregação, o pastor insinuou que os fiéis deveriam matar membros da comunidade LGBTQIA+. “Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’. Agora está com vocês”, disse.

Ao jornal Estadão, a advogada Jacqueline Valles, especialista em Direito Penal, afirmou que Valadão pode ser extraditado e ter ficar impedido de realizar pregações evangélicas.

“Se houver uma convenção com o país onde o crime foi cometido, o brasileiro pode ser extraditado para a aplicação das leis nacionais”. Caso a investigação aponte o crime de homofobia, André Valadão poderá ser mandado para o Brasil para cumprir a pena, explicou.

Jacqueline, que integra a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abacrim), afirmou que como o crime foi transmitido pela internet, o pastor pode responder ainda pelo crime de incitação ao ódio.

André Valadão assumiu a liderança da Lagoinha Global no final de 2022, com mais de 700 templos no Brasil e no mundo, após seu pai, Márcio Valadão, se aposentar.

Na campanha eleitoral do ano passado, o pastor foi um dos apoiadores evangélicos mais entusiasmados de Jair Bolsonaro (PL).

PUBLICIDADE