Uma comitiva do Governo Federal, formada por mais de 20 integrantes, veio para o Acre discutir com o Governo do Estado, nesta terça-feira (4), a crise migratória que vem se intensificando nos últimos dias.
Os técnicos dos ministérios da Defesa, da Justiça e Segurança Pública, dos Direitos Humanos, da Saúde, das Relações Exteriores e da Casa Civil discutiram com representantes do Governo do Estado, prefeituras e outras instituições algumas estratégias fundamentais, na sede da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
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O governador Gladson Cameli participou do encontro.
Entre os pontos principais, se destaca o Plano Estadual de Contingência Migratória – fruto de estudos de inteligência da Sejusp que apontam para a iminência de uma nova leva de migrantes atualmente estabelecidos no Peru, a partir de outubro, quando políticas de migração atingem prazos-limites no país vizinho.
“A questão migratória necessita de uma solução e esta reunião é uma prova de que estamos nos empenhando. Quero reiterar as parcerias e dizer que estamos aqui à disposição para cada vez mais avançar”, destacou o governador.
Quem também participou da agenda foi o secretário de Segurança, José Américo Gaia, que falou sobre a criação do Comitê da Migração, a Operação Acolhida e garantiu encontrar soluções para resolução da crise migratória.
“Estamos aqui para dar resposta à sociedade, aos migrantes e a todos os povos que vêm para o Brasil. O grupo aqui presente é qualificado para discutir uma pauta de prioridade do governo e que carece do nosso olhar”, disse o secretário à Agência de Notícias do Acre.
“Entre 2010 e 2022, mais de 44 mil pessoas, entre haitianos e migrantes de outras nacionalidades, entraram no Brasil pelas fronteiras do Acre, vindos principalmente pelo Peru. Em 2023, estima-se que ocorra o ingresso de 50 a 60 migrantes por dia, em sua maioria venezuelanos”, destaca um trecho da reportagem.
A comitiva deve cumprir visitas técnicas nos municípios de Epitaciolândia, Brasileia e Assis Brasil nesta quarta-feira e quinta-feira.
O que disseram os presentes?
“Entender por que o fluxo aumentou ao longo desse ano é muito importante, para tomar ações informadas e específicas que possam impactar as políticas do Estado” – diplomata da Secretaria Nacional de Relações Exteriores, Anna Paula Mamede.
“Hoje, haitianos estão fazendo o caminho inverso e retornando para as suas famílias, mas o fluxo também acontece pelas matas, com tráfico humano, de drogas e biopirataria” – coordenador do Gabinete de Crise Migratória, Lauro Santos.
“Estamos aqui para ajudar o grupo. A ideia sempre vai ser interagir para que possamos seguir no mesmo caminho” – general de brigada do Ministério da Defesa, Maurício de Sousa.
“Nós fazemos a nossa parte junto ao governo, mas precisamos de parcerias e é o que estamos fazendo hoje, para que o imigrante venha a passar ou se manter aqui de forma digna” – gestor da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasd), Alex Carvalho.
“Espero que possamos apresentar uma solução. Contem conosco” – representante da Casa Civil da Presidência da República, Josilene Evangelista de Andrade.