Está no dicionário. Anta, quando um substantivo de dois gêneros, pode significar uma pessoa de pouco inteligência, tola, tapada.
Esse uso como xingamento é específico do português do Brasil e não poderia estar mais longe da realidade. Na verdade, na natureza, a espécie mostra grande inteligência.
Cientistas descobriram que a anta-brasileira, tema da Coleção Folha Fauna Brasileira para Crianças desta semana, conta com quantidade elevada de neurônios. O 16º livro da série custa R$ 22,90 e chega às bancas neste domingo.
Tanto é verdade que a Incab, a Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, lançou uma campanha para combater esse preconceito e criou a hashtag #antaéelogio. O grupo é ligado ao Ipê, o Instituto de Pesquisas Ecológicas, que colaborou com a publicação ao lado do gestor ambiental Rodrigo Pires.
Mas o animal não é apenas um cérebro avantajado. Considerado o maior mamífero brasileiro, com quase 300 quilos, a anta tem papel fundamental na reprodução das plantas.
Como é vegetariana e ingere cerca de oito quilos de vegetais e frutas ao dia, ela é uma eficiente dispersora de sementes durante suas caminhadas, que alcançam a distância de nove quilômetros por dia.