Um reportagem da Folha de São Paulo, publicada na manhã deste sábado (8), trata das articulações do Partido dos Trabalhadores (PT) para eleger prefeitos nas capitais brasileiras em 2024. O jornalista João Pedro Pitombo aponta que o “PT tenta aproveitar o efeito Lula, mas enfrenta dificuldades”.
A análise da conjuntura política cita os arranjos que estão sendo feitos em Rio Branco, onde a onda antipetista ainda é muito forte e o partido não tem um representante sequer na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal e, muito menos, no Senado.
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“Quando as urnas foram abertas e apuradas em novembro de 2020, o panorama não poderia ser pior: pela primeira vez desde a redemocratização, o PT saía de uma eleição sem o comando de nenhuma das 26 capitais brasileiras”, diz um trecho.
“Três anos depois, o PT antecipa a discussão das estratégias para a disputa de 2024 para tentar dar a volta por cima em um cenário mais favorável, no comando do governo federal sob liderança do presidente Lula”, continua.
Pitombo destaca que “as táticas em discussão se dividem entre o estreitamento de alianças locais com partidos da base de Lula, o desejo de lançar candidaturas próprias e a necessidade de oxigenar o partido”.
“Sem governar as principais metrópoles nas últimas legislaturas, o partido larga em desvantagem nas articulações políticas frente a adversários regionais. Também terá que lidar com o efeito da elevada rejeição à legenda em partes do país, como o Sul e o Centro-Oeste. Dentre as 26 capitais, os petistas caminham para ter candidatos próprios mais competitivos em ao menos 6 delas: Fortaleza, Natal, Teresina, Aracaju, Porto Alegre e Vitória”, acrescenta.
No caso de Rio Branco, o PT tem como carta na manga – ou não – o ex-prefeito Marcus Alexandre, que, apesar de ser o favorito nas pesquisas, ainda não decidiu se volta para o seu partido de origem ou se vai se filiar ao MDB – sigla que já declarou apoio ao seu nome na disputa pela Prefeitura. O político disse que só deve se posicionar sobre o assunto no fim do ano de 2023, quando encerra sua cessão ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
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O presidente do PT no Acre, Daniel Zen, disse em entrevista ao ContilNet que o partido não vê problema, caso Marcus se filie a qualquer outro partido, incluindo o MDB, em ceder o protagonismo a outro grupo, mesmo compondo a frente ampla “em defesa da democracia”.
“Ao mesmo tempo em que articula apoio a aliados, o PT se mobiliza para construir candidaturas próprias. O GTE (Grupo de Trabalho Eleitoral) do partido se reúne pela primeira vez nesta segunda-feira (10) para começar a traçar estratégias com foco inicial nas cidades com mais de 200 mil eleitores”, diz a reportagem.
Sobre Rio Branco, o jornalista da Folha afirma que “a tendência é de composição com aliados de partidos de centro e centro-direita, estratégia que deve incluir até o apoio a ex-petistas” – o que também foi defendido por Zen.
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“É o caso de Rio Branco, no Acre, onde o ex-prefeito Marcos Alexandre desfiliou-se do PT para ocupar um cargo na Justiça Eleitoral. Mas segue competitivo e é cortejado por partidos como o MDB. Nas capitais onde as alianças não avançarem, o partido deve abrir espaço para novos quadros. O objetivo é garantir visibilidade ao partido, fortalecer novos nomes e recuperar terreno de olho nas eleições legislativas em 2026”, concluiu.
Na lista de potenciais candidatos do PT nas capitais, elaborada pela Folha de São Paulo, Marcus Alexandre não é citado.