Denúncia: missionário americano estaria impondo evangelho a indígenas no Acre

O missionário faz parte de uma organização filantrópica investigada por pedofilia, abuso sexual e biopirataria

O jornal The Intercepte Brasil, divulgou nesta segunda-feira (24), uma reportagem que denunciou um missionário dos EUA, que teria invadido terras indígenas no Acre, para converter comunidades de recente contato.

Anthony Paul Goddard, de 30 anos, é um missionário que faz parte do grupo filantrópico Missões Novas Tribos do Brasil (MNTB), uma subsidiária da antiga New Tribes Mission. Ele havia recebido o visto de permanência com prazo indeterminado no Brasil durante o governo Bolsonaro.

Sem autorização da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o missionário havia ocupado em março deste ano, uma casa na terra indígena Alto Rio Purus, na aldeia Santo Amaro, próximo a foz do Rio Chandless.

Casa onde o missionário morou na TI Alto Purus, no Acre/Reprodução-The Intercepet

O missionário é acusado de forma forçada, impor o evangelho aos indígenas da etnia Madija, os Kulinas, recém contatados.

A reportagem do Intercepet lembra que a News Tribe, em 2017, após uma série de denúncias de pedofilia e abusos sexuais em países onde atua, mudou o nome para Ethnos 360.

Ao saber da invasão do missionário da TI, a Funai solicitou apoio da Superintendência da Regional da Polícia Federal do Acre para retirá-lo do local. Goddard estava acompanhado ainda da esposa, também americana e missionária da News Tribe, um filho pequeno e um empregado brasileiro.

Em maio, por meio de seus advogados, Goddard comunicou sua saída à Funai. Porém, a casa onde morava permanece no local.

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