O Ministério Público da Itália denunciou nesta segunda-feira duas mulheres acusadas de terem aplicado golpes no jogador de vôlei Roberto Cazzaniga. O atleta passou 15 anos acreditando que namorava à distância a modelo brasileira Alessandra Ambrosio após conhecer uma pessoa pela internet que usava fotos dela, mas se identificava como Maya.
Neste período, Cazzaniga transferiu cerca de 700 mil (equivalente a R$ 3,7 milhões na cotação atual) euros à Valéria Satta – que usava o codinome Maya – e a uma outra pessoa envolvida nos crimes. A outra investigada é a ex-jogadora de vôlei Manuela Passero, amiga da vítima há anos.
As estelionatárias usavam a imagem de Alessandra Ambrosio para alegar que Maya tinha um sério problema de saúde, motivo pelo qual pedia quantias em dinheiro para pagar o tratamento médico e alegava que não poderia se encontrar com o jogador pessoalmente. A prática conhecida como catfishing.
O MP analisou cerca de 1.400 transações – incluindo depósitos, recargas de cartões pré-pagos e transferências eletrônicas desde 2008 – para encontrar provas que levaram à acusação.
De acordo com a investigação, a falsa Alessandra Ambrosio chegou a dizer que tinha um problema cardíaco e que por isso tinha que ficar ligada a máquinas. Comovido, Cazzaniga enviava dinheiro para a golpista fazer compras. A golpista também mandava listas de itens que precisava e o atleta mandava entregar os produtos.
Operação
A polícia italiana fez uma operação em maio do ano passado contra as duas suspeitas de aplicarem o golpe no jogador. Os agentes apreenderam 74 mil euros em dinheiro (R$ 397,5 mil) e bens de duas investigadas. As suspeitas viviam nas cidades de Monza e Cagliari, onde a operação foi deflagrada.
— Agora está nas mãos da Justiça, vamos ver até onde isso vai parar — disse Cazzananiga, sobre a operação policial. — Eu interpretei isso como um passo na direção justa, mas por todo mal que recebi, é somente uma gota no oceano — finalizou.
Valeria chegou a fazer uma reforma completa na casa em 2017, supostamente com dinheiro doado por Cazzaniga. Desempregada e mãe de dois filhos, ela não atendeu aos pedidos de Cazzaniga para vê-la depois que o caso repercutiu na mídia italiana.
— Fizemos sexo por telefone durante anos — disse Cazzaniga, chorando, segundo o portal “Casteddu Online”, na época.
— Eu sempre a chamei de amor, nunca ela. Eu tive que insistir e lembrá-la de dizer isso. Ela disse que precisava se conectar a máquinas porque sofria de dores no coração.