A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, participou da abertura regional do programa “Abre Caminhos”, voltado para o combate ao racismo religioso no país.
A proposta pretende ouvir lideranças, comunidades tradicionais de matriz africana e povo de terreiro, para poderem elaborar políticas de enfrentamento ao racismo religioso que atinge fiéis de religiões afro-brasileiras.
O estado da Bahia foi escolhido para receber o primeiro encontro, nesta quarta-feira (19).
Ao jornal BNews, a ministra confirmou que o Acre será contemplado pelo Programa. “O combate ao racismo religioso começa com essa escuta de líderes. Vai sair desses encontros o primeiro plano desse combate. Isso nunca foi feito antes. Não é a toa que a gente começa na Bahia, vamos passar por Brasília, Rio, Acre, Porto Alegre…a gente espera de verdade que as pessoas possam se conscientizar, que todo mundo tem que ter a liberdade de cultuar o que acreditar, sem a gente criticar ou ofender a fé do outro”.
Após as visitas, um plano inédito de combate ao racismo religioso será elaborado.
A visita da ministra pode ocorrer logo após a denúncia de um terreiro de umbanda em Rio Branco ser ameaçado por criminosos, a Casa de Exu Dona Menina, localizada no bairro Boa União.
RELEMBRE: Terreiro de Umbanda é ameaçado de ser “metralhado” no Acre e precisa parar atividades
Segundo a mãe de santo, responsável pelo terreiro, Rubby Rodrigues, a ameaça teria surgido após uma reunião no local que teria despertado o incômodo de um vizinho, evangélico.
“Tivemos uma sessão espiritual que durou até tarde da noite, daí um vizinho que é evangélico foi reclamar para o pessoal do crime”, disse Rubby ao ContilNet.
Ainda de acordo com a servidora, na manhã deste sábado, um grupo de pessoas passou na frente do terreiro de umbanda e fez ameaças. ‘Gritaram aqui na frente que iriam metralhar o terreiro”.
QUEM É ANIELLE FRANCO?
Irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, Anielle é nascida na Maré, na zona norte do Rio, é formada em Jornalismo pela Universidade Central da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, em Inglês pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e é mestre em Relações Étnico-Raciais pelo Cefet/RJ.