Nigerianos resgatados passaram frio e sede em espaço de 2 m² em navio

Os quatro migrantes nigerianos foram resgatados pela Polícia Federal (PF) na segunda-feira (10/7), no Espírito Santo

Foto colorida do momento em que a Polícia Federal resgata quatro nigerianos em leme de navio - Metrópoles

Reprodução/PF

Os quatro nigerianos resgatados no leme de um navio cargueiro pela Polícia Federal (PF) na segunda-feira (10/7) passaram duas semanas em um espaço de dois metros quadrados a alto mar. O resgate foi feito no mar de Vitória, capital do Espírito Santo.

O lugar precário fez com que os migrantes passassem frio, fome e sede. Acredita-se que eles faziam uma espécie de revezamento no espaço e um deles precisava ficar do lado de fora, com o perigo de cair na água.

“Em nenhum momento conseguimos ver todos os imigrantes dentro da caixa de leme. Pelo menos um deles sempre ficava do lado de fora, no leme do navio. Então é possível que eles fizeram um certo revezamento para ter um pouco mais de conforto, porque certamente não cabiam os quatro dentro dessa estrutura”, relatou o agente da PF Rogério Lages, que participou da operação de resgate, ao Globo.

Os quatro homens serão ouvidos na próxima sexta-feira (14/7) pela PF. “Pelo que relataram, a caixa de mar não chegou a ficar submersa, mas pode acontecer e a pessoa pode morrer afogada. É um local úmido, frio, apertado e cheio de ferrugem”, descreveu Lages.

Segundo a PF, o navio de bandeira da Libéria partiu de Lagos, na Nigéria, em 27 de junho e chegou ao litoral brasileiro nesta segunda, totalizando 13 dias de viagens pelo Oceano Atlântico.

Os nigerianos não apresentaram documentos, e cada um usava ao menos três peças de roupas, um por cima da outra, contou o agente. Os últimos três dias de viagem teriam sido os mais difíceis, uma vez que a comida e a água acabaram.

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