Vídeo mostra pastor torturando adolescente: “Aqui é milagroso”; MPAC é acionado

Ministério Público encontra imagens da tortura no celular apreendido por causa do primeiro caso, cometido com ajuda de um comparsa

O vigilante S.F.L, que se intitula como “Pastor”, está sendo denunciado à Justiça Criminal pela promotoria de justiça do Grupo de Atuação Especial na Prevenção e Combate à Tortura (GAEPCT) do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) por prática de tortura contra um adolescente, em Rio Branco. Em vídeo gravado pelo celular do próprio acusado, ele aparece espancando e torturando o adolescente, que está algemado pelo braço direito e preso a uma peça fixa, deitado no chão e implorando para que os castigos sejam cessados.

O jovem aparece sendo torturado nas imagens/Foto: Reprodução

Durante a sessão de tortura, o homem que se diz “pastor” faz perguntas sobre um furto numa oficina, o que o garoto, mediante aos espancamentos, acaba por confessar o crime a prometer que “nunca mais” voltará a cometer furtos. Diante desta resposta, após bater no menino algemado, ele diz: “O Pastor aqui é milagroso”. Em seguida, pergunta se o garoto quer ir para o céu ou para o inferno, como se ele pudesse decidir trais destinos.

“Pastor” é a mesma pessoa que aparece em outro vídeo, ao lado de um comparsa, espancando uma pessoa em situação rua ao lado de uma loja de venda de confecções de luxo do bairro do Bosque. O crime foi cometido em maio deste ano e foi filmado por uma testemunha não identificada. O vídeo chegou ao MPAC, que identificou os agressores e pediu prisão preventiva dos vigilantes. As prisões foram decretadas, mas os dois foram colocados em liberdade logo em seguida.

O vídeo em que ”Pastor” aparece torturando o adolescente pode ser anterior às filmagens de espancamento da pessoa em situação de rua ao lado da loja do bairro do Bosque. É o que avalia o promotor de Justiça Walter Teixeira Filho, autor da denúncia que deverá levar o acusado novamente à prisão.

CONFIRA: 

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As imagens das torturas ao adolescente foram obtidas após a apreensão do celular do acusado por causa do primeiro caso, como parte das medidas cautelares que ele teria que cumprir por causa dos espancamentos ao morador de rua. Ao analisar as imagens contidas no aparelho, eis que surgiu o vídeo da tortura ao adolescente.

“Ele demonstra desprezo pelo Estado e evoca para si o direito de punir a seu modo, com suas próprias mãos, aqueles que julga infratores”, disse o promotor Walter Teixeira, que deve pedir novamente a prisão dele, o qual já está sendo identificado como o “Pastor do mal”.

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