Zebras: quando o inesperado acontece no futebol

Foto: Reprodução

Todo apaixonado por futebol tem o seu time do coração, que será defendido com unhas e dentes independentemente da situação. No entanto, todo torcedor também nutre simpatia pelas “zebras”, que, de modo geral, são equipes menores que conseguem resultados impressionantes. Afinal de contas, quem não estava torcendo pelo São Caetano na final da Libertadores de 2002?

Uma parte fundamental do esporte reside na mídia especializada, canais dedicados à modalidade, jornalistas experientes que cobrem o dia a dia dos clubes, analistas de táticas, dentre outros profissionais da área. Parte do espetáculo reside no delicado exercício de prever o desenrolar dos jogos e campeonatos. Porém, nem sempre a taça termina nas mãos esperadas.

Outro setor especializado em previsões é o das casas de apostas. O crescimento do mercado de apostas esportivas online no país cresceu exponencialmente nos últimos anos e a prática tornou-se parte do mundo esportivo, com diversos sites que oferecem os principais campeonatos nacionais e internacionais.

Nas casas de apostas, por exemplo, o Botafogo, atual líder do Brasileirão, não figurava entre os principais candidatos ao título, que tinham Palmeiras e Flamengo como os times mais badalados.

E o que acontece quando todos os prognósticos falham? Bem, é nesse momento que as “zebras” passeiam pelas quatro linhas e escrevem as histórias mais impressionantes do futebol. Como foi a vitória da Arábia Saudita sobre a Argentina, na Copa do Mundo de 2022.

A seguir, vamos recordar alguns dos resultados mais inesperados do futebol nacional e internacional:

Uma raposa ou uma zebra?

Todos sabem que a Premier League, primeira divisão do futebol inglês, é uma das ligas mais disputadas do mundo. Com elencos recheados de craques, Manchester City, Chelsea, Arsenal e Liverpool sempre são os nomes apontados para levantar a taça no fim do torneio.

No entanto, na temporada 2015/16, uma equipe tombou os gigantes e escreveu uma das páginas mais incríveis do futebol. O Leicester City, também conhecidos como Foxes (em português, raposas), empilhou 23 vitórias, 12 empates e unicamente 3 derrotas para deixar o Arsenal para trás e ficar com o título.

O feito dos Foxes fica ainda maior quando analisamos o elenco, formado por bons jogadores, porém, nenhum deles com projeção internacional até aquele momento. No comando do plantel estava o experiente treinador italiano, Claudio Ranieri. Para muitos, o título do Leicester é a maior conquista da história do futebol.

O Davi de Itu

No campeonato paulista de 2014, um histórico time do interior conseguiu tombar dois gigantes para ficar com o título estadual. Para colocar o feito do Ituano em perspectiva, quando olhamos a lista dos últimos 10 anos do torneio, o clube rubro negro é o único “estranho” da festa, afinal, as 10 taças foram divididas entre Corinthians (4x), Palmeiras (3x), Santos (2x) e São Paulo (1x).

O caminho do Galo de Itu para a glória não foi nada fácil. Terminou a fase de grupos na segunda colocação, atrás do Botafogo-SP, que seria a primeira “vítima” do Ituano no mata-mata. Em seguida, o desafio era o Palmeiras na semifinal e, contrariando os prognósticos, o rubro negro bateu o alviverde pelo placar mínimo, 1 a 0.

A grande final foi contra o Santos de Gabigol. O time da baixada era o franco favorito, e o Ituano tentava repetir o feito e derrotar outro gigante. No primeiro jogo, em Itu, vitória dos mandantes, outra vez pelo mínimo, 1 a 0. No jogo da volta, o Peixe devolveu o placar. Com isso a decisão foi para os pênaltis. Rildo e Neto falharam e o Galo de Itu levantou a taça.

Um novo capítulo para a mitologia grega

Disputada em Portugal, a Eurocopa de 2004 foi um torneio inesquecível, especialmente para os gregos. Atuando contra os donos da casa, Rússia e Espanha, a seleção azul e branca não era favorita para avançar, porém, a vitória contra o selecionado luso, o empate com os espanhóis e uma doída derrota para os russos foram suficientes para colocar a equipe na segunda colocação e, consequentemente, nas quartas de final.

O primeiro confronto no mata-mata foi contra a poderosa França. No entanto, o time comandado pelos craques Zinedine Zidane, Thierry Henry e David Trezeguet não foi páreo para o Piratiko (em português, Navio Pirata). Vitória magra por 1 a 0, mas suficiente para manter o sonho vivo.

Na fase seguinte, os gregos tinham pela frente a República Checa, que contava com Pavel Nedved, da Juventus de Turim, como grande referência. A história se repetiu, vitória por 1 a 0 (guardem esse placar) e passagem assegurada para a grande final.

No duelo pela taça, os gregos tinham como adversários Portugal, os donos da casa. O selecionado luso era comandado por Felipão, que há dois anos havia vencido a Copa do Mundo com a seleção brasileira. No elenco estavam um jovem Cristiano Ronaldo, Luís Figo, o experiente Rui Costa e Deco. E nesse caso, não deu a lógica. Vitória grega, de novo, por 1 a 0, festa dos descendentes de Hércules e tragédia portuguesa.

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