A acreana Sueila Duarte Bezerra , de 47 anos, natural de Rio Branco e ex-residente do bairro Cidade do Povo, conversou com exclusividade com a coluna Douglas Richer do portal ContilNet sobre seu encontro com o Papa Francisco em Portugal. Em entrevista para este jornalista, a acreana relatou um pouco da sua história no país, onde em novembro completa 4 anos de residência.
De acordo com a acreana, sua ida para o país aconteceu para acompanhar a filha que estuda um curso técnico jurídico, a estudante Suelen Vitória Duarte Paiva de 19 anos. Ao ContilNet, Sueila falou sobre sua chegada e os desafios no país. Em desabafo longo a esta coluna, também que chegou a passar fome em locais onde que trabalhou.
“Boa tarde Douglas, deixa eu te falar. Olha, te falei que a história é muito emocionante. Porque há quase quatro anos, quando eu cheguei aqui, foi bem complicado pra mim, minha filha. Eu vim atrás de melhorias, melhores condições para dar um estudo melhor, uma vida melhor pra ela, de ter coisas melhores e, na verdade, todo mundo que chega aqui diz “ah lá é bom”, mas, na realidade, meu filho, só a gente sabe o que passa. Aqui, do mesmo jeito daí, tem gente para ajudar e tem gente pra te derrubar”.
“E quando eu cheguei aqui, sofri muito. Primeiro, eu fui trabalhar. Uma colega me apresentou um lar, um lar de idoso. Aqui, quem não tem faculdade, estudo, tem que ralar e ralar mesmo, sabe?! Meter a cara, e graças a Deus nisso aí eu sou bem virada, não fico esperando por ninguém não”.
Sueila conta a situação em que trabalhou na casa de uma pessoa e passou fome.
“Se eu contar mesmo, tu chora. Mas eu não tenho vergonha, não, vou te falar. Aqui em Portugal é onde o filho chora e a mãe não vê. Eu passei fome, não por falta de trabalho e sim por falta de compreensão. Meu Deus do céu, ela jogava comida fora, mas não dava pra eu comer. Menino, teve um dia que eu trabalhei o dia inteiro, deixava a casa dela um brinco, tudo perfeito, aí o resto da comida ela jogava fora. Meu irmão, teve um dia que eu passei tanta fome, estava com tanta fome – porque, Graças a Deus, eu nunca mexi em nada de ninguém -, mas eu pensei “se ela me der, eu como. Se não, eu não como”. Pois a mulher pegou a marmita, embrulhou e mandou jogar no lixo. Oh Douglas, peguei essa marmita, ajeitei ela bem direitinho na sacola e fiz que joguei no lixo e coloquei em cima da pia. Quando ela foi pro quarto, eu fui comer”.
“Foi quando eu saí de lá. Uma menina me chamou e vim pra esse colégio onde trabalho atualmente. Nesse colégio, eu estou até hoje. Aqui é maravilhoso. Por isso que diz, né? Depois de uma tempestade vem abundância. Isso é verdade. Porque hoje, graças a Deus, minha filha tá num caminho bom, tá fazendo o que ela quer, vai caminhar para área de direito e eu tô aqui no colégio, os padres todos gostam muito de mim, me tratam muito bem”.
Um belo dia, a acreana descobriu que o lugar onde trabalha seria visitado por Papa Francisco, o líder da Igreja Católica em todo o mundo.
“Tu acredita que eu fui selecionada para ver o Papa?! Mas antes, quando eu soube que o Papa vinha pra cá, pensei “oh meu Deus, que pena que eu não vou ver nem de longe. Aí o diretor daqui disse: “Olha, Sueli, quero informar que você vai estar na nossa sala junto com os padres, porque aqui eu sou cuidadora de idosos. Eu cuido dos dos três padres mais idosos. Eu quase morri quando ele disse que eu ia ver o papa de perto. E no dia, quase morri de tão emocionada. Quando o papa me benzeu, meu Deus do céu, quase que eu caio pra trás, dura. Eu não sabia se tirava foto, se gravava. Foi o fotógrafo dele que tirou, que ainda está no Vaticano. Ainda não foi liberada [a foto]. Não foi liberada. Só quando o padre me der que vão tirar aquela marca d’água, e eu vou poder revelar. Mas, mesmo assim, pra família eu mandei daquele jeito”.
Questionado por este colunista sobre a emoção do encontro com o Papa Francisco, Sueila Duarte explicou o momento: “No primeiro momento, é inexplicável, a gente fica sem ação, sem saber mesmo o que fazer, mas eu nunca no mundo pensaria em beijar a mão do papa e ser abençoada por ele. Meu coração só faltou saltar de tanta emoção”, contou a acreana ao ContilNet.
Com exclusividade a acreana cedeu fotos a coluna Douglas Richer. Veja o momento:
Sueli Duarte ficou ainda mais surpresa, pois ganhou um terço benzido pelo equipe do Papa no dia de visita.
“No mesmo dia, o segurança, a pessoa que anda empurrando a cadeira de roda dele, entrou na sala para deixar o papa lá. Pediram pra eu sair e aguardar um pouco lá fora, daí o segurança dele, o cara que cuida dele, toma de conta dele, sentou do meu lado no banco. Esse cara sentou perto de mim, olhou pro outro, pegou na minha mão e colocou um crucifixo na minha mão. Quando eu abri, olhei o crucifixo. Cara, aquilo ali pra mim foi tudo. Fiquei muito emocionada”.
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