Quanto à faixa etária, os critérios para indicação de cirurgia bariátrica hoje são baseados em normas firmadas pelo Instituto de Saúde Americana nos anos 90: o órgão recomenda a cirurgia para pacientes com idades entre 18 e 64 anos.
O ideal, seja como for, é adotar a cirurgia apenas após tentar outros métodos menos invasivos, como exercícios, medicamentos, balões intragástricos e endossutura gástrica.
A bariátrica é tida como uma cirurgia segura, e sua taxa de mortalidade está entre 0,1% e 1%, a depender do tipo de procedimento. Mas para muitos pacientes, o momento do pós-operatório é visto como o mais difícil. Entre as exigências, o paciente deve passar por um novo processo alimentar, que envolve refeições menores espalhadas pelo dia, respeitando a nova capacidade de carga do sistema digestivo.
A recomendação é uma alimentação líquida durante 15 dias, substituida por uma dieta pastosa no decorrer de cerca de 30 dias. Por seis semanas, é preciso evitar esforço físico excessivo, ainda que seja essencial se manter ativo, com caminhadas por exemplo, de forma a evitar o sedentarismo.
Há ainda o risco normal de um certo efeito sanfona. É comum que os pacientes voltem a ganhar de 10% a 15% do peso perdido após a operação, devido ao delicado processo de mudanças de hábito que engloba o procedimento para além da cirurgia em si.
Finalmente, é importante conversar com o médico a respeito de suplementos. O organismo de pacientes que passam pela cirurgia precisa de um reforço de vitaminas e minerais como o ferro e as vitaminas B e D. Esse cuidado evita quadros como anemia, dores musculares e ósseas, e deve ser contínuo. Exames anuais são recomendados para o acompanhamento dessa suplementação.
Impacto na saúde mental?
Cerca de 17% dos pacientes podem apresentar alterações significativas em quadros de depressão e ansiedade depois de passar pela bariátrica, sugere estudo publicado em março pela Plataforma Sucupira. Segundo os especialistas, esse potencial problema se deve a mudanças na anatomia do cérebro geradas pela própria obesidade (ela afeta, por exemplo, a produção do hormônio da saciedade, o GLP-1) e ao fim da chamada fase de “lua de mel” (quando o paciente recebe reforços positivos de seus pares), o que gera sensações de vazio, ansiedade e depressão.