Concurso unificado: veja 5 pontos centrais da proposta de 8 mil vagas

Governo federal apresentou proposta de concurso unificado para todos os órgãos da administração federal

imagem colorida mostra pessoas sentadas no meio fio em entrada de faculdade para realizar prova de concurso da polícia federal - Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) apresentou aos demais órgãos de governo a proposta de realizar um concurso nacional unificado, com prova única, para o preenchimento das cerca de 8 mil vagas abertas no serviço público federal neste ano.

A adesão dos órgãos de governo ao concurso unificado será voluntária e pode ser feita até o dia 29 de setembro. A previsão é que o edital seja publicado até 20 de dezembro.

Especialistas concordam que a aplicação em diferentes cidades democratiza o acesso ao serviço público. A realização de uma prova unificada, porém, impõe outros desafios.

“Uma desvantagem que eu vejo nesse modelo é a dificuldade na elaboração de provas específicas”, reflete o professor Arthur Lima, professor e um dos fundadores do Direção Concursos. “Porque como vários cargos estarão dentro de uma mesma área, as matérias a serem cobradas não vão poder ser muito específicas.”

Aragonê Fernandes, professor de direito constitucional do Gran Cursos, se preocupa também com a segurança da realização da prova. “Para que não haja vazamentos, mantendo a lisura da competição. Há vagas com remuneração elevada, superando a casa de 30 mil reais, o que aumenta a preocupação. Sei que anualmente são aplicadas as provas do Enem, a segunda maior prova do mundo, atrás apenas do vestibular na China. Porém, a magnitude da disputa envolvendo um cargo público com remuneração elevada é maior”, pontua.

Além da redução dos custos com deslocamento para a realização das provas, os professores destacam positivamente a possibilidade de inscrição para uma área, com diferentes funções, e não para apenas um cargo.

Entenda, em cinco pontos, a proposta de concurso unificado do governo federal:

Cronograma

  • Até 20 de setembro – ato normativo do Ministério da Gestão criando comitê organizador;
  • Até 29 de setembro – adesão dos Ministérios ao concurso nacional unificado;
  • Até 20 de dezembro – publicação do edital do concurso nacional unificado; e
  • Data indicativa inicial de 25 de fevereiro – realização da prova em dia único.

Como serão divididas as provas

A prova única deverá ser realizada na data provável de 25 de fevereiro de 2024, dividida em dois momentos na mesma data:

1º) provas objetivas, com matriz comum a todos os candidatos; e

2º) provas específicas e dissertativas, por blocos temáticos. Os resultados gerais da primeira fase devem ser divulgados até o fim de abril de 2024; o início dos cursos de formação está previsto para o período entre junho e julho do próximo ano.

Quantidade de vagas e blocos temáticos

O Ministério da Gestão apontou 7.826 vagas autorizadas para o concurso unificado. Serão oito grandes áreas de divisão da nova prova.

  • Administração e finanças públicas: 580 vagas;
  • Setores econômicos, infraestrutura e regulação: 1.015;
  • Agricultura, meio ambiente e desenvolvimento agrário: 1.040;
  • Educação, ciência, tecnologia e inovação: 1.194;
  • Políticas sociais, justiça e saúde: 1.470;
  • Trabalho e previdência: 940;
  • Dados, tecnologia e informação pública: 895; e
  • Nível intermediário: 692.

Realização das provas

O novo concurso unificado será aplicado, a princípio, em 180 locais simultaneamente. Serão 39 municípios na Região Norte, enquanto a Região Nordeste aplicará a prova em 50 cidades, a Centro-Oeste em 18, a Sudeste em 49 e a Sul em 23.

Vagas já autorizadas fora do concurso unificado

Depois de alguns anos sem realizar novas seleções, o governo federal já lançou 8.360 vagas somente em 2023.

Os salários das vagas anunciadas variam de R$ 6 mil a R$ 21 mil (veja aqui a tabela de remuneração dos servidores públicos federais).

Elas estão distribuídas em pastas como os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), da Educação (MEC), do Meio Ambiente (MMA), das Relações Exteriores (MRE), da Saúde, de Minas e Energia (MME) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Há ainda contratação de temporários para atuarem no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e autorizações para nomeação dos candidatos aprovados nos seguintes órgãos: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Agência Nacional de Mineração (ANM).

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