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Continua julgamento dos seis acreanos acusados de assassinarem família de bolivianos na fronteira

Por Tião Maia, ContilNet

Crime ocorreu em setembro do ano passado, quando 7 pessoas chacinaram uma família Na fronteira com a Bolívia. Foto: arquivo PM

Nesta terça-feira (8), continua a sessão de julgamento, na 2ª Vara do Tribunal do Júri Popular e Auditoria Militar da Comarca de Rio Branco, dos seis brasileiros envolvidos no assassinato de uma família boliviana na fronteira do Acre. O crime ocorreu em dezembro de 2023, na região de Acrelândia e Plácido de Castro, na fronteira com a Bolívia.

Uma mulher e seus dois filhos, todos de nacionalidade boliviana, foram mortos a tiros depois que a filha de 14 anos foi estuprada por um brasileiro. Os assassinatos foram cometidos por seus pessoas, quatro da mesma família. Eles são acusados de homicídio, ocultação de cadáver e corrupção de menores. O crime de estupro de vulnerável não será analisado porque o acusado, o pivô de toda confusão, foi assassinado em abril de 2021.

Fórum criminal de Rio Branco/Foto: ContilNet

A previsão é de que sejam ouvidas 21 pessoas sendo seis testemunhas pelo Ministério Público, nove de defesa e interrogatório dos seis acusados. As oitivas dos acusados devem ocorrer nesta quarta-feira (9). O julgamento deve durar quatro dias, segundo Tribunal de Justiça.

Entre os acusados estão Gean Carlos Alves da Silva, José Francisco Mendes de Sousa, Geane Nascimento da Silva, Gean Carlos Nascimento da Silva, Gilvan Nascimento da Silva e Luciano Silva de Oliveira. Todos da mesma família.
O sétimo acusado, Gilvani Nascimento da Silva, de 19 anos, que teria sido o pivô de toda confusão que terminou em tragédia, foi assassinado a tiros no dia 6 de abril de 2021, em Rio Branco. Na mesma decisão que manteve a prisão do grupo, o juiz Alesson Braz declarou extinta a punibilidade contra Silva.

Em novembro de 2020, o grupo tinha sido denunciado pela promotoria de Acrelândia, no interior do Estado. Mas, por se tratar de um crime cometido por brasileiros na fronteira, o caso foi remetido para a capital e tramita na 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Os seis acusados estão presos no Complexo Penitenciário de Rio Branco. O último foi preso no dia 30 de dezembro de 2020 na cidade de Acrelândia. Mas, a prisão só foi confirmada pela Polícia Civil no início de fevereiro desse ano. O adolescente condenado por participação no crime do crime está apreendido em um centro socioeducativo de Rio Branco.

O crime ocorreu após o pai da adolescente de 14 ter flagrado Divanr estuprando a filha e decidiu amarrá-lo para chamar a polícia. Em seguida, parentes do suspeito de estupro, informados da retenção do acusado, apareceram e atacaram a família boliviana em sua propriedade. Após atirar contra a família (mãe e dois filhos morreram), os suspeitos ainda queimaram a casa. A adolescente que foi estuprada também foi baleada, mas sobreviveu após ser socorrida.

A adolescente boliviana que viu a mãe e os dois irmãos serem mortos e também levou tiros chegou a ficar em um abrigo no Acre com o pai, após receber alta médica do hospital. Eles eram acompanhados por uma equipe do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância, Educação e Execução de Medidas Socioeducativas (Caop) do Ministério Público do Acre. Em dezembro do ano passado, pai e filha voltaram para a Bolívia, na região de La Paz, e só retornaram ao Acre nos últimos dias, acompanhado pelo cônsul da Bolívia no Estado, para os depoimentos no julgamento..

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