Dia dos Pais vs. Aqueles que não têm pais: a utopia da comemoração na atualidade

No entanto, essa data nem sempre é motivo de alegria para todos

Olá queridos leitores, minha missão é transformar pessoas de dentro para fora, e não seria diferente escrever um artigo em uma data tão significativa como hoje, segundo domingo de agosto, onde as redes sociais se enchem de homenagens e fotos celebrando o Dia dos Pais. No entanto, essa data nem sempre é motivo de alegria para todos. Eu e minha irmã Katia Soares, somos privilegiadas, por termos um pai tão maravilhoso na vida. Enquanto muitos celebram seus laços paternos, outros enfrentam a ausência dos pais, seja por perdas, separações ou outras razões complexas.

Busquei alguns insights e encontrei a fala do psicólogo Erik Erikson afirmando que a formação da identidade é uma busca constante ao longo da vida. Para aqueles que não tiveram figuras paternas presentes, essa jornada pode se tornar ainda mais desafiadora. A utopia da comemoração do Dia dos Pais, muitas vezes, desconsidera as experiências daqueles que enfrentam a dor da ausência.

A renomada psicóloga Elisabeth Kubler-Ross abordou os estágios do luto, destacando a negação, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação. Esses estágios também podem se aplicar às emoções de quem não tem pais presentes em um dia tão centrado na figura paterna. A sociedade muitas vezes espera que esses indivíduos simplesmente “superem” essas emoções, ignorando o processo delicado pelo qual estão passando.

É importante lembrar que a família moderna é diversa e complexa. Há pais solteiros, famílias adotivas, filhos criados por avós ou tios, e aqueles que perderam seus pais cedo na vida. As comemorações como o Dia dos Pais podem ser um lembrete doloroso dessa diversidade, mas também uma oportunidade de repensar como podemos ser mais inclusivos e empáticos.

A psicóloga Mary Pipher destacou a importância de criar redes de apoio e comunidades saudáveis. Para aqueles que não têm pais presentes, encontrar apoio emocional em amigos, mentores ou grupos de apoio pode desempenhar um papel vital na jornada de aceitação e cura.

É vital compreender que a ausência de um pai não define o valor de alguém. A psicóloga humanista Carl Rogers acreditava que o amor e a aceitação incondicionais eram cruciais para o desenvolvimento saudável. Amigos, mentores e outros familiares podem desempenhar papéis importantes no preenchimento do vazio emocional deixado pela ausência paterna.

Neste Dia dos Pais, em meio às celebrações, é essencial adotar uma abordagem inclusiva. Podemos honrar as figuras paternas presentes, enquanto também reconhecemos e apoiamos aqueles que enfrentam essa data com saudade e sentimentos complexos. A empatia e a compreensão são fundamentais para criar um ambiente de acolhimento e validação para todos.

E viva, quem nos quer bem! Sejamos abençoadores de pessoas.

Maysa Bezerra

Coach e escritora

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