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Educação que transforma: após 12 anos, professora se torna efetiva em concurso que mais convocou no Acre

Por Maria Fernanda Arival, ContilNet

A incerteza da renda fixa faz parte da vida de centenas de brasileiros, mas essa palavra não faz mais parte do vocabulário de Adriana da Silva Pessoa, de 42 anos, professora de espanhol. A mudança aconteceu graças ao concurso público de 2018, da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte do Acre (SEE), que mais convocou profissionais na história do Acre, sendo 1.050 mil efetivos e 6 mil provisórios.

O certame não só mudou a vida da professora e da família da acreana, como de outros mil professores efetivos que também foram convocados. Em 17 de abril, A Tribuna/Data Control divulgou uma pesquisa que mostra que para 23,1% da população ouvida, a Educação é a área de trabalho do governo com melhor desempenho. A pesquisa ouviu 801 pessoas em Rio Branco, capital do Acre.

Os recursos são provenientes do Fundeb. Foto: Secom

O secretário e também professor Aberson Carvalho, que está no comando da pasta desde abril de 2022, tem realizado grandes ações que elevam o nível da educação no Acre. O setor já mostrou bons resultados, como aponta a pesquisa, e parte disso são as ações feitas pela pasta, como o concurso público de 2018, que teve o cadastro de reserva zerado.

“Isso prova que o governo vem investindo na educação e dando um salto nesse quesito da contratação direta para ter um processo que garanta uma maior transparência nessa questão de seleção de professores”, disse o secretário.

Aberson Carvalho é secretário de Educação do Acre. Foto: Juan Diaz/ContilNet

Adriana, que é mãe de dois filhos, Letícia, de 17 anos, e Leo Vitor, de 15 anos, teve uma mudança de vida, resultado de uma busca intensa por diversos anos. A professora de espanhol tem 14 anos de profissão, e dentre eles, 12 anos foram com contrato provisório, um tipo de contratação com um prazo de duração estabelecido, ou seja, o vínculo empregador-empregado é não permanente. No governo, os contratos são de 2 anos, podendo ser prorrogados pelo mesmo período.

Antes de passar no concurso da Educação, Adriana trabalhou como professora de contrato provisório em diversas áreas, como Ensino Fundamental II, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Quando saiu o edital do concurso, eu me inscrevi, fiz a prova e passei na minha área, que é espanhol. Eram mais de 300 inscritos e apenas 51 pessoas classificadas. Eu fiquei em 25º e fui chamada na terceira convocação após a homologação do concurso”, explicou a professora.

“Não podemos fazer e falar de futuro sem falar em educação”, frisou o governador. Foto: Odair Leal/Secom

Durante os 12 anos em que trabalhou como professora em contrato provisório, a incerteza da renda fixa assustou Adriana, que ficou sem trabalhar por 2 anos, após o final do contrato, sem esperança de renovação. Em busca do sonho, a professora esteve com o governador Gladson Cameli, que ouviu atentamente as falas da profissional e de outros professores. “Eles já estavam convocando pessoas do contrato provisório, mas tivemos que aguardar, pois era um cadastro de reserva, então, à medida com que viam necessidade, chamavam”, disse Adriana.

A convocação

O grande dia, que promoveu uma mudança drástica na vida de Adriana, aconteceu em julho de 2021. A convocação foi publicada no Diário Oficial do Estado, com data para cerimônia de posse, onde a professora de espanhol, poderia, enfim, ser profissional efetiva do Estado do Acre. Adriana foi lotada na Escola Esther Maia de Oliveira, integral, técnica e híbrida.

“Assinei meu contrato efetivo depois de mais de 12 anos como contrato provisório. Esse concurso foi o divisor de águas na minha vida, pois saí de um contrato provisório para um concurso de contrato efetivo. Ele me proporcionou ter uma estabilidade financeira, porque antes eu já vinha de um contrato provisório. É algo totalmente inseguro. Você não sabe o que vai acontecer e agora eu sei que vou continuar e poder sustentar meus dois filhos”, ressalta.

Adriana explicou que iniciou na Escola Esther Maia de Oliveira como docente, mas atualmente atua como coordenadora pedagógica. “O concurso me proporcionou estabilidade financeira, crescimento profissional e pessoal, pois agora eu tive a chance de ir para uma outra função, que eu ainda não tinha tido oportunidade dessa experiência, que é a coordenação. É tudo novo, mas também é aprendizagem”, enfatiza.

Adriana tomou posse em 2021 e se tornou professora efetiva do Estado do Acre. Foto: Cedida/Arquivo pessoal

Além da estabilidade financeira, a qualidade de vida também foi um dos ganhos com o contrato efetivo após a convocação do concurso, pois Adriana explica que, sem saber quando finalizaria o contrato provisório, o profissional acaba por adoecer e produzir menos. “Quando você fica desempregado mexe com o psicológico e prejudica a pessoal. A questão da saúde mental do profissional conta muito”, disse.

O secretário Aberson Carvalho, além de comemorar os resultados do concurso de 2018, também anunciou um novo certame em 2023. O concurso efetivo deverá ser o maior da história da Educação, já que prevê um quantitativo de vagas superior a 3,5 mil vagas. Ao ContilNet, Adriana disse que se prepara para se classificar no novo concurso.

Mais tecnologia e segurança

Além do concurso público, que repercutiu positivamente, as ações contra a violência nas escolas, que foi um tema bastante discutido em 2023, foi uma das grandes ações que envolvem diversos setores do Estado, como a Educação e Segurança Pública.

Outra grande ação na Educação foram as entregas de tablets, além das reformas e construções de laboratórios. “Já foram entregues mais de 36 mil tablets para os estudantes acreanos. O governo vem com uma política de investimento muito afirmativa. Apenas neste início do ano letivo, foram investimentos na ordem de R$ 165 milhões com material pedagógico, com tablet, internet, laboratórios de química, física, biologia, matemática, além dos investimentos de mais de R$ 70 milhões nos últimos dois anos em manutenções de escolas”, explicou o secretário Aberson.

Governador Gladson Cameli entrega dezenas de tablets para alunos de escola pública. Foto: Ascom

O reajuste no salários dos professores, investimentos em equipamentos e modernização da secretaria e das escolas também fazem parte das ações. “O governo busca o compromisso de uma educação de qualidade, através desses investimentos, de um professor bem formado e capacitado e não podemos deixar de registrar a valorização desses professores. Nos últimos dois anos houve um aumento de mais de 50% no seu salário. Isso tudo são investimentos que a educação vem fazendo para garantir uma educação de qualidade”, ressaltou o secretário.

Outro projeto de grande relevância no governo Gladson, é o Prato Extra, considerado um dos maiores programas sociais do governo do Acre, que beneficia diretamente mais de 125 mil alunos em todos os municípios, com alimentação de qualidade, organizar e planejada pela equipe de Divisão de Nutrição da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE).

Prato Extra é um dos programas sociais do Governo do Acre. Foto: Secom

“Hoje a Educação oferece o maior programa social do governo, que é o Prato Extra, mais de 140 mil estudantes, todos os dias, comem uma refeição a mais. Aquela merenda tradicional comum ainda é ofertada, porém o estado foi além e coloca mais um prato com proteína, carboidrato, salada e verduras, para que o estudante possa comer e com certeza ter mais atenção, menos evasão e ter uma melhor qualidade nessa relação de ensino-aprendizagem”, finaliza o gestor.

Para os próximos anos de gestão, o governo Gladson tem diversos projetos para a área da Educação, como implantar aulas de canto nas escolas públicas e modernizar mais ainda a infraestrutura física das escolas.

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