Após tomar conhecimento de algumas ações consideradas abusivas por parte de servidores do Ibama e ICMbio em cidades do interior do Acre, o deputado federal Gerlen Diniz (PP), utilizou a tribuna da Câmara federal, em Brasília, para denunciar a situação e ao mesmo tempo cobrar providências dos órgãos competentes.
Em seu discurso, Gerlen se reportou a um caso ocorrido na reserva Chico Mendes, onde um produtor utilizou uma castanheira derrubada pelo vento para fazer um curral e, posteriormente, teve o curral danificado por servidores do ICMbio.
“Estou aqui para falar em nome de milhares de produtores rurais do Estado do Acre que, infelizmente sofrem com a truculência, com o desrespeito dos órgãos de fiscalização ambiental (Ibama e ICMbio). Trago aqui dois casos concretos. O primeiro se deu na reserva extrativista Chico Mendes. Um morador dessa reserva observando uma árvore de castanheira que estava ao solo a três anos, foi tombada pelo vento, resolveu utilizar aquela árvore para fazer um curral em sua propriedade. Uma árvore morta que ele serrou para fazer um curral. O ICMbio chegou nessa propriedade, se utilizou de uma motosserra e cortou o curral inteiro. Isso é um absurdo. Já representei ao presidente do ICMbio, já representei ao Ministério Público Federal e estou trazendo à Camara dos deputados para que os senhores tenham conhecimento do que acontece no interior do Acre”, frisou.
A outra situação problemática foi registrada na divisa de Sena Madureira com Manoel Urbano, envolvendo servidores do Ibama.
“O outro caso se passou no seringal São Salvador, na divisa de Sena Madureira com Manoel Urbano. Lá foi o Ibama. Servidores do Ibama chegam de helicóptero, todos correm pra mata com medo e não encontrando ninguém na residência, invadem a residência e passam a destruir os utensílios domésticos, cortam redes, destroem os alimentos, quebram caixa dágua, isso tudo à luz do dia. Já denunciei na superintendência local do Ibama, pediu a instauração de um processo administrativo disciplinar e espero que isso não volte a acontecer. Quem pratica esse tipo de ato tem que responder judicialmente”, considerou.
“Não estou aqui criminalizando os órgãos e, sim, maus servidores que se utilizam de suas prerrogativas para prejudicar pessoas de bem que estão tentando sobreviver no meio da floresta amazônica. São pais de famílias, trabalhadores, não são bandidos, não são marginais, mas estão sendo tratados como se fossem. Não vou me calar enquanto essas situações não forem resolvidas”, completou.
O parlamentar teve acesso a vídeos onde os moradores retratam ambos os casos e clamam por providências.