Lucas Gomes de Lima, 24 anos, Ailton Moitozo Borges, 32, e Antônio Adrias da Costa Silva, 20, que tiveram as prisões em flagrante convertidas em preventivas, após manterem pai e filha reféns dentro de um carro em Rio Branco, na última sexta-feira (25), usavam farda e colete da polícia no momento da ocorrência.
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Uma das situações que mais chamou atenção no fato foi que dois, dos três acusados, estavam usando roupas parecidas com o fardamento das polícias Militar e Penal. Em depoimento, os homens disseram que compraram as roupas no site de vendas online Shopee.
Segundo o g1 Acre, durante o depoimento na Delegacia de Flagrantes (Defla) em Rio Branco, Antônio Andrias se manteve em silêncio, mas Ailton Borges e Lucas de Lima confessaram o crime. Os dois deram a mesma versão, alegando que o dono da oficina estaria ameaçando o trio e que foram até o estabelecimento em busca de armas e drogas.
Eles disseram ainda que só renderam pai e filha para não serem mortos pela polícia. Eles foram indiciados por roubo majorado pelo emprego de arma, concurso de pessoas e restrição da liberdade e cárcere privado majorado.
Depoimento
Um dos homens contou que estava sendo ameaçado de morte pelo dono da oficina, que alegava que ele seria de uma facção rival. No depoimento, Ailton, conhecido como “Alemão”, contou que eles foram até a oficina roubar arma de fogo e drogas. O motorista viu que todos estavam armados, mas também viu que estavam com as fardas parecidas com a da polícia.
O trio havia amarrado as vítimas e vasculhado a casa e oficina, inclusive, chegaram a colocar objetos em um carro, mas não conseguiram levar.
Com a movimentação, a polícia foi acionada por vizinhos e ao chegar no local, os três homens pularam o muro e viram o funcionário da escola entrando no carro com a filha.
Ailton disse ainda que mandou o homem dirigir, mas a polícia chegou e eles decidiram manter os dois reféns para que não fossem mortos pela polícia.
Ao g1, o Comando da Polícia Militar no Acre (PMAC) informou que a forma de aquisição do uniforme será investigada e as providências serão tomadas.
“Infelizmente, a questão de utilização de uniformes e outros itens de certa categoria para o cometimento de delitos é uma preocupação não apenas da PM, mas de todas os órgãos, empresas, e setores que operam uniformizados (inclusive empresas privadas). O mundo globalizado oferta fácil acesso a esses itens, mas o que estiver ao alcance da PM-AC será realizado para minimizar esse tipo de situação”, diz a nota.