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Larissa Manoela, mãe e namorado são intimados para depor em inquérito que apura racismo religioso

Por Globo

Reprodução/Redes Sociais

A atriz Larissa Manoela, sua mãe, a pedagoga Silvana Taques Elias dos Santos, e seu namorado, André Luiz Frambach, foram intimados para prestar depoimento em um inquérito da Polícia Civil do Rio que apura se Silvana cometeu racismo religioso em uma troca de mensagens com a atriz.

A investigação foi aberta na terça-feira (22), pela delegada Rita Salim, da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), a partir de uma notícia-crime de discriminação e preconceito de religião feito pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio.

Polícia investiga intolerância religiosa da mãe de Larissa Manoela: ‘Família macumbeira’ — Foto: Reprodução

Este ano, a punição para crimes de intolerância religiosa foi endurecida. A pena, de até cinco anos, está prevista na lei que equipara crimes de injúria racial a racismo – e que também protege a liberdade religiosa.

Mensagem fala da família do namorado

Na mensagem para a filha, Silvana usou o termo “macumbeira” ao se referir à família do noivo da atriz, André Luiz Frambach, que é espírita kardecista. O termo é considerado pejorativo para se referir a religiões de matriz africana.

“Esqueci de te desejar… que você tenha um ótimo natal aí com todos os guias dessa família macumbeira. kkkkkk”, escreveu Silvana, em mensagem enviada à filha no Natal de 2022, pelo Whatsapp.

“A religião, na grande maioria, foi formada por pessoas negras. Ela transfere o racismo para a religião, mesmo quando se trata de vítima de cor branca. Vamos ouvir todos os envolvidos no caso, entre eles a mãe e o pai da atriz. Também vamos chamar o noivo da Larissa”, disse Rita Salim ao g1.

Pedido de intimação dos pais

Após a notícia-crime ter sido aceita pela Decradi e virado uma investigação, o advogado Carlos Nicodemos, que representa a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio, disse que também pretendia pedir a intimação dos pais da atriz para depor no inquérito.

“O país caminha para o aprimoramento punitivo contra o racismo e, em pleno século XXI, não há mais espaço para racismo religioso ou qualquer manifestação que ofenda a dignidade humana, que seja encarada como diversionismo ou coisificação. A banalização incrementa graus de violência, que levam à situações extremas todos os dias”, disse o advogado sobre a importância da investigação.

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