PF cumpre 35 mandados contra grupos suspeitos de grilar e desmatar terras da União

As investigações tiveram início a partir de denúncias de moradores

A Polícia Federal realizou nesta terça-feira (29) duas operações de combate a crimes ambientais nos Estados do Acre e Amazonas. A Operação Terra Prometida, foi deflagrada para reprimir organização criminosa que praticava crimes de desmatamento, invasão de terra pública, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Foto: Ascom

As investigações tiveram início a partir de denúncias de moradores extrativistas da Floresta Estadual do Antimary que relataram desmatamento para criação de gado e ameaças feitas pelos atuais posseiros da Fazenda chamada Canaã, que está inserida em gleba pública federal, na região do município de Sena Madureira, no interior do Acre.

O total da área desmatada foi de 598 hectares, o que corresponde a quase 600 campos de futebol.

Foto: Ascom

Operação Xingu

A Operação Xingu foi deflagrada para reprimir diversos crimes ambientais praticados no sul do Amazonas, envolvendo um grileiro, dois pecuaristas e um técnico de georreferenciamento, responsável pelo esquentamento de imóveis rurais junto ao Incra e ao Cadastro Ambiental Rural.

A investigação foi iniciada a partir de denúncias de conflito agrário e desmatamento para exploração de gado na região do Bom Lugar, localizada entre os municípios de Boca do Acre e Lábrea, no interior do Amazonas, que foram confirmadas por análise de imagens de satélite.

Foto: Ascom

A organização criminosa foi responsável por destruir cerca de 800 hectares de mata nativa amazônica em 2022, causando um prejuízo ao meio ambiente calculado em mais de R$ 17 milhões de reais, que serão objetos de ressarcimento.

Foram cumpridos 4 mandados de prisão preventiva, 25 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de proibição de acesso e frequência à área Floresta Estadual do Antimary.

Entre os alvos de prisão estão um dos condenados pelo assassinato da missionária americana Dorothy Stang, morta no ano de 2005, no Pará, e o seu filho, que já possuía um mandado de prisão expedido pela Justiça de Sena Madureira, por tentativa de homicídio.

Foto: Ascom

Em virtude dos fatos apurados nas duas operações, os investigados poderão responder judicialmente pelos crimes de associação a organização criminosa, invasão de terras públicas, desmatamento, falsidade ideológica, estelionato e lavagem de dinheiro, entre outros delitos acessórios, cujas penas somadas podem ultrapassar 20 anos de prisão.

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