A Aleac conseguiu reunir sexta-feira (18), grande parte do setor produtivo e autoridades do Estado para um debate em torno do potencial econômico da região do Alto Acre. Foram mais de quatro horas de discussão envolvendo 18 dos 24 deputados em pleno dia de folga, prefeitos e vereadores da região, representantes do Governo e do Judiciário e lideranças empresariais. O encontro se deu em Epitaciolândia por ocasião de audiência pública com o tema “Economia e Sociedade na Regional do Alto Acre”, uma promoção da Mesa Diretora da Aleac que promete ser replicada em todas as regiões.
Itinerância
Promover ações da Aleac nos municípios se tornou uma tradição da Aleac desde os tempos de atual senador Sergio Petecão, que foi presidente da Mesa Diretora por nada menos do que oito anos. Seu sucessor, Edvaldo Magalhães, ampliou estas ações e chegou a realizar sessões deliberativas em cada um dos municípios acreanos entre 2007 e 2010. Sair da capital e visitar os municípios é uma decisão que não pode ser contestada, agrada ao cidadão e amplifica a voz do parlamento.
PIB
Além dos 18 deputados, prefeitos e vereadores do Alto Acre, participaram da audiência pública em Epitaciolândia representantes das federações do Comércio, da Indústria, da Agricultura e suas respectivas associações e sindicatos de classe dos setores produtivos que constroem a riqueza acreana.
Ações
O presidente da Aleac, deputado Luiz Gonzaga, enfatizou a importância do debate no Alto Acre: “Uma escolha estratégica uma vez que que essa região tem um potencial econômico muito grande, é a região que mais cresce no Estado. Queremos sair daqui com estratégias e ações que possam impulsionar ainda mais a economia local, gerando benefícios para a população e fortalecendo a economia do estado”, ressaltou Gonzaga.
Candidato
O primeiro secretário da Mesa Diretora, Nicolau Júnior, a quem coube a tarefa de ser mediador do debate, comentou sobre o desafio de percorrer os municípios com a estrutura da Aleac e, ao final do evento, deu entrevista ao repórter Tião Maia, deste ContilNet, onde admitiu seu desejo de ser governador do Acre e que este desejo agora não tem mais impedimento legal, após o divórcio de Gladson Cameli e sua irmã Ana Paula.
Soldado
Em sua entrevista, Nicolau disse que não está trabalhando para ser candidato, mas quer, claro que quer. “É muito cedo para qualquer movimento neste sentido, mas em relação ao sonho, não posso negar que tenho, sim, o sonho de ser governador do meu Estado. Mas eu faço parte do grupo do governador Gladson Cameli, sou um soldado do meu Partido (o PP) e minha missão, no momento, é ajudar no crescimento do PP e na consolidação das políticas desenvolvidas pela Assembleia Legislativa para ajudar a nossa população e assim também ajudar o Governo com a aprovação de suas propostas enviadas à Casa”, argumentou.
Audácia
Questionado sobre o que governador Gladson Cameli pensa sobre o seu sonho, Nicolau disse que ainda não teve a audácia de tocar no assunto, embora converse muito com o ex-cunhado sobre o futuro político do Estado. Caso seja escolhido pelo partido para disputar o Governo em 2026, Nicolau garante que está preparado para administrar o Estado, embora não tenha experiência em cargos executivos. “Sei que nenhum homem pode dizer que é suficiente em tudo, mas creio que, se tivermos isso como missão, saberemos dar conta”, disse.
Reconhecimento
O economista Orlando Sabino foi um dos palestrantes da audiência pública realizada pela Aleac em Epitaciolândia. Segundo ele, a região tem uma potencialidade diferenciada cujo crescimento chama a atenção. “Mas, temos também problemas que precisam ser solucionados. A ideia é que a Assembleia, junto com a bancada federal, trabalhe para que esses problemas sejam equacionados. O Acre já está dando um passo muito importante ao reconhecer o Alto Acre como um dos grandes nichos econômicos do Estado”, frisou o economista.
Lopes
Já o prefeito de Epitaciolândia, Sérgio Lopes, agradeceu a iniciativa do Poder Legislativo em realizar a audiência pública. “Quero parabenizar essa Casa de Leis por aproximar o povo do parlamento acreano, por realizar esses encontros nos municípios. São ações como essas que fazem a diferença. Ainda mais quando se trata de um debate importante como esse, a economia da nossa região. Sejam todos bem-vindos”, falou o gestor.
De casa
Para a deputada Maria Antônia (Progressistas) a audiência pública da Aleac propiciou uma volta às origens, já que é filha de Brasileia. Para ela, o parlamento acreano acerta ao debater um tema que é de fundamental importância para o Estado, que é o fortalecimento e crescimento econômico destas cidades, em especial no Vale do Acre com suas características internacionais.
Fernanda
Em sua fala, a prefeita de Brasiléia, Fernanda Hassem, disse que o sentimento é de esperança. “Hoje, é um dia muito importante para nossa região. Esse encontro é o momento adequado para a gente tratar de questões coletivas. Eu sempre falo que a união faz a força, precisamos fazer gestão no coletivo, ninguém consegue fazer gestão sozinho. Dessa forma não vamos conseguir avançar. Meu sentimento hoje é de gratidão e de esperança”, enfatizou.
Protagonista
O principal ator econômico do Alto Acre, atualmente, não poderia deixar de participar da audiência pública. Sócio gerente das empresas Dom Porquito e Acreaves, Paulo Santoyo falou dos avanços das empresas nos últimos anos. Segundo ele o aumento do consumo interno, a aberturas de novos mercados internacionais, o apoio governamental e a nova realidade do agronegócio na região impulsionam as oportunidades do Acre.
Ilimitado
“Nós não vamos parar. O mercado está escancarado, é só fazer. É só investir. E o Peru não é o limite tá! Nós temos como fazer mais. Outra coisa que me deixa muito feliz e que me orgulha muito é que nós estamos a passos de dobrar o número de empregos. Isso é demais, hoje temos só quatro pessoas que não são acreanos trabalhando com a gente, o restante do nosso pessoal é acreano. Tem gerente que veio da base da indústria, que trabalhava como entregador, isso nos alegra demais”, destacou.
Suínos
No fim de 2022 as autoridades sanitárias do Peru abriram o mercado para a Dom Porquito, que se tornou o primeiro estabelecimento brasileiro credenciado para a exportação de carne suína ao país. A autorização era o passo final para o início das vendas do produto brasileiro para o mercado andino. Em abril deste ano, através de videoconferência a Dom Porquito anunciou ao governador Gladson Cameli o primeiro carregamento de caminhão com 28 toneladas de carne suína a caminho do Peru.
Ração
Paulo Santoyo anunciou na ocasião que a meta era transportar duas cargas por semana – algo superior a 50 toneladas. “É uma vitória para a população e povo do Acre. É uma felicidade essa primeira carga que ingressou no Peru. Nosso objetivo é embarcar duas vezes por semana. Essa conjuntura se deve ao trabalho do seu governo para o plantio de soja e sermos competitivos”, declarou.
Incentivos
Santoyos destacou ainda que é necessário que o governo busque meios para incentivar a criação de granjas voltadas à produção de carne de frango e suína para exportação por parte dos pequenos produtores. “A qualidade da nossa carne é superior ao da peruana. Existe um atrativo para isso. Os cortes da carne peruano são totalmente diferentes das demais e fizemos um carregamento gigante. 100% do suíno exportado para o mercado é acreano, o que estamos fazendo é substituindo os suínos que vem de fora de outros países pelo o do Acre”, ressaltou.