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Polêmica e atuante, advogada Joana D’arc morreu no dia em que completou 60 anos

Por Tião Maia, ContilNet

O corpo da advogada Joana D’arc Valente Santana está sendo velado na capela do cemitério Morada da Paz, um cemitério privado do mesmo nome, localizado no bairro Calafate, onde será sepultado às 16 horas desta sexta-feira. Ela morreu na quinta-feira (3), mesmo dia em que deveria comemorar o aniversário de 60 anos de idade.

Morreu no Hospital Santa Juliana, em Rio Branco (AC), de falência múltipla dos órgãos após uma cirurgia para reparar problemas o coração.

Natural de Cruzeiro do Sul, era a mais velha de quatro filhos (três mulheres e um homem) do falecido juiz João da Cruz Santana, que atuou em várias comarcas do interior do Acre e na Capital Rio Branco, já falecido. Seu único irmão homem, João da Cruz Santana Filho, também já falecido, chegou a ser tenente da Polícia Militar.

Joana D’arc era polêmica em suas declarações e se apresentava como defensora dos direitos humanos/Foto: Reprodução

Graças à influência do pai jurista, cedo Joana D’Arc vinculou-se ao Direito, formando-se pela Universidade Federal do Acre (Ufac). Especializou-se em Direito Empresarial, mas atuava também como mediadora de conflitos.

Polêmica e atuante, envolveu-se em debates que a levaram também a ser criticada por vários segmentos sociais, entre os quais o movimento indígena. É que, ao ser convidada à depor numa CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), sobre pedofilia, em 2005, ela compareceu usando um cocá e com o rosto pintado à moda indígena. Líderes do movimento indígena criticaram-na por que ela, em sendo branca, estaria profanando rituais sagrados dos povos indígenas.

Além do movimento indígena, Joana cultivava críticas entre setores das forças de segurança porque se apresentava como ativista e defensora dos direitos humanos e quase sempre tinha críticas em relação à operações policiais, acusando seus membros de excessos. Também se apresentava como aliada de mulheres vítimas de abuso sexual, de pedofilia e violência doméstica.

Além de ativista dos direitos humanos, Joana D’arc também foi militante política, filiada a vários partidos. Em 2020, foi candidata a prefeita de Plácido de Castro, pelo PSL, o partido do então presidente Jair Bolsonaro. Era bolsonarista convicta.

Acreana do “pé achado”, como se definia, ela carregava, no pulso da mão direita, a bandeira do Acre tatuada nas cores verde e amarelo. O pavilhão acreano deve revestir seu caixão em sua última viagem, conforme seu desejo.

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