Cerca de mil famílias foram despejadas de suas casas após a ação de reintegração de posse da área conhecida como “Terra Prometida”, nos bairros Irineu Serra e Defesa Civil. O cumprimento da ordem aconteceu nesta terça-feira (15), pelas Forças de Segurança do Acre.
Embora o Estado tenha anunciado uma série de medidas para amparo das famílias retiradas, boa parte dos moradores ainda não sabem para onde irão após o despejo.
Luzia Araújo morava em uma casa com os 4 filhos e o marido. Sem ter uma moradia, ela agora não sabe como ficará a situação dela e das crianças.
“Eu pedi para deixar nossas coisas na casa dos outros. Hoje eu vou dormir na casa da minha sogra e amanhã sabe Deus. Não sei pra onde nós vamos”, disse.
Luzia disse que assim que chegou no local, há cerca de 1 ano e meio, o Estado prometeu a regularização das posses, por isso, o nome da comunidade foi reconhecido como ‘Terra Prometida’.
Além disso, ela lembra que a família precisou gastar dinheiro para construir a casa de madeira, que agora foi derrubada. “Ficou todo mundo na expectativa. Porque que mandaram a gente ir embora? A casinha é velhinha? É! Mas foi gasto dinheiro que a gente não tinha para fazer. Ficava com fome em casa com as crianças para a gente construir isso daqui”, desabafa.
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Maria Antônia, outra moradora da Terra Prometida, mãe de uma criança autista, lembrou que a comunidade abriga idosos e crianças, que agora, não terão um direito básico: o acesso à moradia digna.
“O coração fica em pedaços. É um sentimento de raiva e de tristeza. Aqui tem muita criança, deficiente, idosos que estão chorando. A gente não tem pra onde ir. Eu não sei pra onde eu vou”, disse.
Medidas adotadas pelo Governo do Estado
O Estado anunciou a disponibilização do Parque de Exposições Wildy Viana, no 2º Distrito de Rio Branco, para receber temporariamente a população que não tenha lugar para ir.
“O governo se comprometeu com a oferta de serviços básicos, além do armazenamento e segurança dos pertences das famílias até que sejam inseridas no Programa Bolsa Moradia Transitória”, disse o Governo.
A Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos disponibilizou também transporte das pessoas, assim como dos bens para o novo lugar de moradia.
O benefício do aluguel social também está sendo oferecido no local por uma equipe composta por dez assistentes sociais e um psicólogo.